Estudo do GWAS revela a importância do gene SNCA na incidência do Parkinson em Latinos
O neurocientista, Dr. Fabiano de Abreu, comenta a descoberta e explica como a doença atua no cérebro
A doença de Parkinson é um problema global que afeta todas as etnias e, uma vez instalada, representa inúmeros prejuízos para os pacientes e para a economia e saúde mundiais de forma geral. O estudo de associação genômica ampla (GWAS), revelou que a incidência da doença está crescendo no mundo todo, porém, nos Estados Unidos, por exemplo, foi percebido um maior número de casos de Parkinson relacionados a pessoas latinas e hispânicas.
O estudo abrangeu materiais recolhidos do Uruguai, Peru, Chile, Brasil e Colômbia e os resultados apontaram que pessoas hispânicas e latinas têm uma tendência de terem uma mistura padrão de três vias: africana, europeia e ancestrais nativos americanos. “Foi percebida uma maior estimativa de hereditariedade do que nos europeus”, afirma o, PhD, biólogo e neurocientista Dr. Fabiano de Abreu.
Estima-se que para uma pessoa desenvolver a doença de Parkinson, 50% dos fatores são relacionados ao ambiente e a qualidade de vida como alimentação, poluição e estresse e os outros 50% são relacionados à genética. “Dentro do nosso DNA existem pequenas diferenças, chamadas de polimorfismos e estes podem aumentar ou reduzir riscos de algumas enfermidades”, detalha o neurocientista.
A pesquisa foi feita para explorar a genética da doença de Parkinson na América Latina. “Esse estudo é importante por considerar as individualidades de pessoas miscigenadas e podem revelar dados que se apliquem diretamente às nossas particularidades”, opina o neurocientista.
De acordo com os resultados obtidos, o gene SNCA, que abriga a proteína alfa-sinucleína, tem áreas associadas ao surgimento da doença. Além disso, outros dois genes foram apontados como relacionados à doença de Parkinson, porém em análises de povos específicos. “As descobertas do estudo demonstram a importância de incluir outros povos nos estudos da doença de Parkinson. Pois, talvez assim, possa-se caminhar em direção a descoberta de uma cura”, declara Fabiano de Abreu.
Link do estudo: