Projetos de quartos infantis sofrem alterações por causa da pandemia e mudam mercado de arquitetura
Crianças e adolescentes expõem seus desejos e transmitem suas personalidades nas reformas realizadas por arquitetos
A pandemia da Covid-19 irá deixar um legado importante para o mercado de arquitetura e design de interiores: as mudanças nos projetos e tecnologias de uso doméstico chegaram para ficar e estão entre os principais desejos dos consumidores. E essas alterações são destaque quando falamos de quartos infantis. Através de curadoria com os pais, as crianças atualmente explicam suas ideias e transmitem suas personalidades nos esboços das reformas.
Isso acontece porque, antigamente, não se dava tanta importância para os quereres dos pequenos e os ambientes eram construídos em tons neutros (como branco, cinza e bege), ignorando totalmente a personalidade da criança. Por causa do crescimento natural e das mudanças sociais, as fases da vida são marcadas por períodos e uma criança de 5 anos tem gostos individuais, personalidade, estuda e realiza algumas atividades.
“Hoje em dia, criamos projetos ao lado das crianças e adolescentes. Eles contam o que desejam em seus quartos, escolhem as cores, iluminação e explicam porque querem o espaço daquela forma. Fazemos uma curadoria com os pais para avaliarmos como o ambiente irá se comportar para os próximos anos e o que devemos manter ou não no projeto”, destaca Marcio Monteiro, Diretor de Projetos da M Ao Quadrado Arquitetura.
Reformas para crianças de cinco anos devem ser úteis até elas completarem, aproximadamente, 15 anos. Já para um pré-adolescente de dez e adolescente de 15, o projeto deve ser desenvolvido para ser útil para os próximos dez anos. “É necessário criar um ambiente em que seja possível realizar várias atividades nele, como estudar, brincar e descansar. Do jeito que os quartos estavam propostos não dava para continuar. Muitas mudanças aconteceram, às vezes uma brinquedoteca precisou virar área de estudo, irmãos foram separados… definitivamente, a pandemia mudou o mercado”, explica o diretor de projetos.
Além disso, a tecnologia precisou ser implantada nos ambientes e virou praticamente uma exigência. Lâmpadas inteligentes, bluetooth e Wi-Fi são itens que as crianças e adolescentes desejam ter em seus espaços. “A transformação digital foi muito forte durante os últimos dois anos e o virtual passou a ser uma necessidade nos projetos, assim como objetos óbvios”, finaliza Marcio Monteiro.