1° Trail da Vida

por Joyce Ramalho

Esse final de semana vive uma aventura exaustiva e inesquecível, fiz meu primeiro Trail, que significa corrida de aventura, era para ser 11Km, mas foi mais.

Nos primeiros 500 metros já de cara uma subida, mas era aquela subida que você vai quase de 4 subindo, parecia que não tinha fim, pensar que foi apenas o começo.

Um começo intenso, quando subo montanhas sempre passa um filme na minha cabeça, mas dessa vez nem filme passou, estava focada a chegar no final dessa subida, na subida não corre, logo por ser exaustiva, vi alguns atletas mais rápido que eu, mas não corriam.

A subida ensina, pois é preciso controlar a mente e corpo, pisar firme no chão e seguir sempre olhando para o alto. Como olhei para alto, pedia forças, tinha mais subida, umas que exigiam subir com corda, outras de fato subi em 4 apoios, mas subia.

Depois que estava subindo, tinha um homem atrás de mim, com porte atlético, achei estranho, até que ele passa um rádio, tá tudo bem, ele era o “fecha trilha”.

Fecha trilha quer dizer que ele acompanha o último atleta e eu era a última atleta, fiquei chateada no início, mas conforme fui conversando com o Fábio (fecha trilha), fui acalmando meu orgulho e subindo, gente para mim era subida sem fim, descobri que treinar esse tipo de subida era apenas em montanha.

Logo começo a escutar no rádio que algumas pessoas se machucaram, torceram o pé ou cairam, aí mudo meu pensamento, quero chegar inteira e sem me machucar, algumas partes que sentia segurança eu corria, outras andava mais rápido, outras caminhava e conto que algumas parei para recuperar o fôlego.

Estou escrevendo essa coluna hoje(segunda), gente a dor na panturrilha tá superintensa, nunca senti isso, a dor faz parte da evolução, a trilha que fiz fica dentro de uma chácara que passa por várias propriedades particulares na cidade de Tijucas do Sul, o tempo estava nublado, teve chuvisco, sol, vento, muito suor.

Passamos por 2 belíssimas cachoeiras, ali na primeira cachoeira quase chorei, pois parecia que não teria cachoeira, já tínhamos andado muito e não chegava, mas o barulho de uma cachoeira não engana, ela estava lá, tive que passar por dentro, teve equipe de socorristas dando apoio, foi tranquilo, o que foi difícil, voltar para trilha com o tênis cheio de água, mas conforme íamos ele ia esvaziando.

Não foi fácil para mim, mas carrego dentro de mim uma força que desconheço, carrego um sorriso que aparece fácil nos momentos mais cruéis, mas hoje agradeço minha família que fizeram uma surpresa.

Quando estava descendo a última ladeira, era a última mesmo, meu amado marido estava me esperando, preocupado, pois já tinha passado mais de 3 horas sua esposa não aparecia, mas apareci, fiquei emocionada em ver ele me esperando dei um abraço, ganhei um beijo e continuei, faltava poucos metros para chegar e concluir aquele desafio.

Quando estava chegando pessoas batiam palma, mas logo escuto algo, alguém grita muito forte, “vai filha”, achei que era um sonho, mas logo grita “minha campeã”, sim gente meu pai estava lá, fazendo barulho, minha tia estava lá emocionada, eu não acreditava, meu pai e minha tia, se meu irmão não tivesse feito cirurgia ele iria, senti um amor tão imenso nessa chegada, as pessoas da organização do evento sentiu também, tinha gente chorando comigo, sou grata por esse desafio, agradeço o apoio do meu marido e pelo amor incondicional da minha família.

Hoje eu venci meus medos, meu desânimo, já estou me preparando para outros desafios.

Vamos vencer a obesidade!

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