Especialista esclarece cinco mitos relacionados aos contraceptivos de longa duração

Dra. Ana Derraik, ginecologista especialista em saúde feminina, aborda algumas crenças comuns a respeito das três classes de métodos LARC

Embora haja diversos tipos de contraceptivos, os métodos de longa duração vêm ganhando espaço entre mulheres que não pretendem engravidar num futuro próximo e não querem se submeter a processos irreversíveis. Apesar de o tema não ser novo, as dúvidas persistem, o que pode dificultar a escolha do método mais adequado para cada perfil e momento da vida dessas mulheres.

Atualmente, são considerados métodos de longa duração ou LARC (sigla em inglês para Long-Acting Reversible Contraception): implante subdérmico, o DIU de cobre e o DIU hormonal.

Para ajudar a entender melhor esses métodos, a Dra. Ana Derraik, médica ginecologista, diretora geral do Hospital da Mulher Heloneida Studart (RJ), diretora médica da ONG Nosso Instituto e diretora médica da Derraik Mulher, lista os cinco principais mitos relacionados ao tema:
1. “Esses métodos são muito invasivos”
Hoje, podemos dividir esses métodos de longa ação em três grandes classes: DIU de cobre, DIU hormonal e implante subdérmico. Este último consiste em um bastão de 4 cm que é inserido no braço. “Para mulheres jovens, que estão querendo iniciar a vida sexual, o implante acaba sendo um grande aliado porque não há necessidade de manipular o colo uterino. Uma vez inserido, o implante tem efeito garantido por 3 anos. Vale lembrar que esses métodos também podem ser uma alternativa para aquelas mulheres que se esquecem de tomar a pílula diariamente”, explica a profissional.
2. “Eles não são reversíveis”
“Tanto o implante, quanto o DIU de cobre e o DIU hormonal, não são métodos de depósito e deixam de fazer efeito após serem retirados. A mulher retoma o ciclo menstrual ovulatório normalmente. Se por acaso, a mulher não ovular após a retirada do método, isso pode acontecer devido a uma particularidade do organismo dela e não pelo fato de ter usado o método durante aquele período. Nesse caso, é importante consultar um ginecologista para investigar de forma criteriosa”, esclarece a médica.
3. “DIU causa gestação tubária ou gravidez nas trompas”
“Alguns métodos como a pílula combinada, adesivo ou anel vaginal são opções que inibem a ovulação e quando não há ovulação, não existe gravidez. Já o DIU não hormonal, e mesmo em alguns casos o DIU hormonal, não inibem a ovulação. Ele é um dispositivo que impede que os espermatozoides cheguem até as trompas onde acontece a fertilização”, alerta a Dra. Derraik. Gravidez nas trompas ocorre quando o embrião se implanta na trompa (também conhecida como tuba uterina) antes de chegar ao útero.
4. “Implante melhora o padrão de sangramento”
 “Algumas mulheres acreditam que se utilizarem o implante ficarão em amenorreia, ou seja, sem menstruação. No entanto, o implante é um contraceptivo e não um regulador de ciclo”, explica a médica.  Cada organismo reagirá de uma maneira, por isso, é importante sempre consultar um profissional de saúde capacitado para esclarecer todas as dúvidas quanto ao método escolhido.
5. “Apenas mulheres adultas podem utilizar esses métodos.”
“Os LARCS configuram o que há de mais inovador em contracepção. O implante subdérmico, por exemplo, pode ser utilizado por mulheres muito jovens, pessoas que nunca tiveram filhos ou nunca engravidaram e até mulheres que tiveram filhos há pouco tempo, sem causar transtornos. Quando uma mulher decide sobre o melhor momento de engravidar ou não, ela se apropria do seu corpo, alimenta sua autoestima e tem condições de seguir com seus projetos de vida”, finaliza a especialista.

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