Quanto tempo leva o processo de fertilização In Vitro?
Mulheres que estão enfrentando dificuldades para engravidar sabem que a Fertilização in Vitro, ou FIV, é um dos tratamentos oferecidos na busca para realizar o grande sonho. Esse procedimento envolve algumas etapas até que o embrião possa ser transferido para o útero.
Segundo a especialista em Reprodução Assistida, Cláudia Navarro, diretora clínica da Life Search, após analisar exames e definir que a FIV será o tratamento adequado, o médico precisa orientar sobre as fases desse processo.
Segundo a médica, as etapas da FIV podem ter algumas variações conforme cada caso (além disso, as etapas anteriores, de coleta de exames e consultas, e o tempo gasto nelas, também serão diferentes para cada paciente), mas em linhas gerais são: estimulação ovariana, coleta de óvulos, coleta e preparação de sêmen, análise laboratorial de gametas, inseminação (fecundação em laboratório), cultivo em laboratório, transferência para o útero e teste sanguíneo de gravidez.
“A etapa de cultivo em laboratório é quando ocorre o crescimento, ou melhor, o processo de divisão celular dos embriões fecundados”, detalha Cláudia. “São poucos dias, mas fundamentais para o processo”, diz.
A médica explica essas etapas:
Dia 1: cultivo embrionário
“Geralmente, damos o nome de D1 ao dia seguinte da coleta ovular e assim por diante. Ou seja, é no D1 que se avalia se os óvulos foram fertilizados”, explica. Nessa fase, segundo Cláudia, as informações genéticas dos gametas se reorganizam e o ideal é que já se visualizem dois pró-núcleos, que correspondem à fusão do material genético dos dois gametas.
D2: começa a divisão celular
O D2 representa o começo do processo de divisão celular do zigoto – embrião formado. “Primeiro, a divisão é em duas células, depois, cada célula se divide, resultando em um embrião com cerca de quatro a seis células. Em casos selecionados, a transferência de embrião pode ser realizada neste dia”, detalha a médica.
D3: embrião já pode ser transferido
Em D3, as divisões celulares continuam e, neste dia, o ideal é que o embrião tenha de seis a oito células. “A transferência para o útero já pode ser feita a partir de D3, e a gravidez seguir seu curso, de forma saudável e satisfatória. E é muito comum a transferência nesse estágio”, afirma Cláudia Navarro.
D4: continua com as divisões celulares
No dia 4, as divisões celulares vão continuando, gerando um aumento de células que, por sua vez, vão se compactando. “Chamamos de ‘mórula’ esse o processo de compactação celular, que permite conexões entre as células”, observa.
D5: permite a transferência em blastocisto
Entre o D5 e o D6, o embrião alcança o estágio de blastocisto, com centenas de células. A compactação das células (mórula) leva a essa divisão de cerca de cem células, distribuídas em dois grupos.
“A explicação é bastante técnica, mas, em linhas gerais, os dois grupos são o contorno periférico e a massa compacta unida ao trofoectoderma”, sintetiza. “Tudo isso, no fim das contas, deverá dar origem ao feto e seus anexos (trofoplasto)”, esclarece.
Transferência em blastocisto
Embora em D3 o embrião já possa ser transferido, a transferência em blastocisto também é bastante comum, segundo a especialista. “A medicina reprodutiva busca ser um espelho do que acontece naturalmente. Na concepção natural, é no estágio de blastocisto que o embrião vai para a cavidade uterina”, compara. “Então, a FIV pode seguir esse raciocínio. Porém, isso não significa que a transferência seja sempre nesse estágio”, pondera a especialista.
“Em um procedimento de FIV, a transferência em blastocisto pode significar uma maior oportunidade de seleção embrionária, mas nem sempre é indicado prolongar essa cultura em laboratório, principalmente quando se tem poucos embriões”, continua a médica.
“É por isso que cada situação deve ser avaliada individualmente, de forma a favorecer a gravidez, e sempre lembrar que o tratamento de uma mulher não será o mesmo de outra”, orienta Cláudia Navarro.
Comprovação da gravidez
Depois que o processo todo da Fertilização in Vitro foi concluído, a paciente deve aguardar cerca de 12 dias para realizar o teste de gravidez. O médico irá orientar o dia exato para que o exame de sangue para detectar a gravidez possa ser feito.