O efeito Zoom e o boom da cirurgia plástica irá persistir após a pandemia? Dr. Luiz Haroldo Pereira, da SBCP, faz alerta sobre aumento nas intervenções estéticas

O Coronavírus afetou o mundo inteiro em todos os aspectos. Estamos passando pelo segundo ano da pandemia e de mudanças significativas nas rotinas e dinâmicas sociais. Uma delas foram as chamadas de vídeo, que se tornaram grandes aliadas ao home office. E vem dessas ligações de vídeo uma expressão criada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o efeito zoom, uma das causas para o aumento da busca por procedimentos estéticos na pandemia. Luiz Haroldo Pereira, cirurgião plástico com mais de 40 anos de experiência e membro da SBCP, fala sobre o assunto:

“O setor de cirurgia plástica não ficou imune a essas mudanças e diversos fatores encorajaram muitas pessoas a buscarem de fato as clínicas e realizarem as mudanças tão desejadas. Algumas acabaram ganhando peso, já que com toda preocupação devido ao momento crítico que passamos, o medo, insegurança, começaram a comer e a beber mais. Outras, tiveram que confrontar sua própria imagem durante essas chamadas de vídeo e se incomodaram com coisas que antes passavam despercebidas. Até mesmo o uso da máscara é um motivo, já que por cobrir apenas uma parte do rosto, mas realçar em alguns casos rugas periorbitais, conhecidas como pés de galinha, aquelas ao redor dos olhos e na testa, acabou chamando atenção para locais que antes não eram considerados um problema, digamos assim”.

Pioneiro da Lipoaspiração no Brasil, Dr. Luiz Haroldo Pereira, conta que o número de pessoas procurando cirurgias estéticas cresceu ainda mais após a flexibilização e à medida que as pessoas estão se vacinando: “Além do aumento no interesse pela harmonização facial que cresceu em torno de 250% após o início da pandemia, e do botox que teve 80%, tenho observado busca pela lipoaspiração, abdominoplastia, inclusão de prótese de silicone nas mamas e nos glúteos. E com a chegada do inverno cresceu também a procura pela cirurgia da face”.

O cirurgião, porém, alerta que é preciso sempre se atentar para os limites éticos dessas intervenções. Luiz Haroldo ressalta sobre os exageros que as redes sociais acabam estimulando e é nesse ponto que um profissional preparado e honesto entra em ação. “A função maior do cirurgião plástico é orientar o seu paciente a evitar os exageros estimulados pelas mídias sociais, com promessa fantasiosas de resultados e na maioria das vezes divulgado por não cirurgiões plásticos verdadeiros”.

O médico enfatiza que toda cirurgia envolve riscos e que deve ser feita com profissionais qualificados. “Sempre que um paciente pensar e se programar para uma cirurgia estética é importante escolher um bom cirurgião plástico, um especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e, claro, escolher um bom hospital para realizar as suas cirurgias. Não busque o mais barato e sim o mais competente e experiente, lembre-se que nem tudo que é barato, é bom, mas o que é bom, é sempre mais caro”, enfatiza.

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