Exercícios e sono: como uma noite bem dormida influencia seu desempenho?
Ter uma boa noite de sono é tão importante para a saúde quanto manter uma alimentação saudável, especialmente para quem pratica exercícios físicos – afinal, ter um bom desempenho não é coisa só para atleta olímpico. Por falar em Olimpíadas, o superastro do atletismo, Usain Bolt, tirava cochilos regularmente antes das competições mais importantes, como a prova em que conquistou a medalha de ouro nos Jogos de 2012, em Londres. Já para a quebra do recorde mundial, o velocista precisou de apenas 30 minutos de descanso.
Estudos recentes mostram os efeitos positivos do sono na aprendizagem de sequências motoras, além de indicar que dormir após o treinamento leva a uma melhora geral do desempenho. “O sono é crucial para processar as sequências de movimento adequadamente, para guardar cada pequeno movimento com cuidado e transformar tudo em hábitos instintivos, permitindo que possamos realizar uma determinada atividade automaticamente, de maneira quase inconsciente. Além disso, dormir antes de um grande evento esportivo faz o atleta se beneficiar ainda mais do treinamento,” explica a Dra. Verena Senn, neurocientista e especialista do sono da Emma – The Sleep Company.
Por outro lado, dormir pouco pode comprometer o desempenho físico tanto do atleta profissional quanto do amador. Para se ter uma ideia, após uma noite com menos de 8 horas de sono, o corpo se cansa de 10 a 30% mais rápido do que o normal, a força muscular diminui, os níveis de oxigênio são reduzidos e é possível se machucar mais facilmente. Estudos apontam que atletas que dormem, em média, menos de 8 horas por noite têm 1,7 vezes mais probabilidade de sofrer uma lesão em comparação com aqueles que descansam por mais de 8 horas.
“É dormindo que o corpo se recupera após exercícios físicos de alto impacto, combate inflamações, repara a força muscular, reabastece energia celular e restitui os tecidos, além de ser essencial para a saúde mental”, completa a neurocientista.