O culto à magreza: o que o mundo da moda fala sobre isso
Qual a primeira imagem que lhe vem à cabeça quando se fala em modelos? Geralmente, pensamos em alguém bonito, bem alto e magro. Contudo, essa representação tem dado, cada vez mais, espaço para modelos não tão esguios, e um mercado cada vez mais democrático, definitivamente a moda está em processo de mudança.
A ideia, que se propagou durante muitos anos, de que, para ser modelo, a pessoa deve ser, obrigatoriamente, magra, ou magro, começa a ficar ultrapassada. Por conta dos excessos, que têm provocado a falta de saúde em modelos muito magras ou magros, a preocupação com esse fator tem gerado medidas que podem, inclusive, banir do mercado pessoas com esse estereótipo.
“A perfeição é um conceito relativo — e, quando se trata do corpo humano, inexistente. O culto à magreza excessiva pode parecer glamuroso e atrativo, porém é extremamente prejudicial a jovens e adultos, que sacrificam seus corpos em nome da beleza. Além disso, modelos muito magras podem ter a sua figura atrelada a doenças, e assim perder trabalhos, uma vez que nenhuma marca quer transmitir essa imagem”, pondera Dilson Stein, especialista no assunto e maior descobridor de talentos da América Latina.
A anorexia, por exemplo, é uma doença que gera preocupação mundial, e infelizmente cresce a cada dia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 4,7% dos brasileiros sofrem de distúrbios alimentares, no entanto, na adolescência, esse índice chega até a 10%. O mundo da moda se conscientizou desse fato. Uma comprovação disso é o mercado fotográfico, que já trabalha com modelos de vários estilos e medidas.
“A melhor moda é ser saudável, não importando o tamanho que se veste. Como exemplo, podemos citar as modelos plus size, que vêm ganhando espaço e visibilidade na mídia e na moda. Existe uma procura por modelos democráticas, tanto homens quanto mulheres. Enaltecer o corpo magro e esguio já não é mais sinônimo de sucesso”, explica Dilson Stein.
A realização de um sonho
Disciplina, dedicação e foco. Essas são as palavras-chave para quem quer alcançar um objetivo na vida, seja ele qual for. Para perseguir o sonho de ser modelo, também, deve-se renunciar a algumas coisas que não são favoráveis à profissão. “Dormir bem e se alimentar corretamente são exemplos de atitudes a serem tomadas por quem deseja imprimir sua imagem em uma passarela ou em um anúncio. Porém, faz-se necessário tomar alguns cuidados, pois toda forma de exagero é prejudicial à saúde, seja ela física ou mental”, orienta Dilson.
Os transtornos alimentares sob os holofotes
Críticos de moda e psicólogos de várias partes do mundo têm alertado cada vez mais para as questões da saúde dos modelos. Os próprios designers de moda olham com mais atenção para essa questão. Os transtornos alimentares são problemas tão graves que já figuram no topo das doenças a serem tratadas e combatidas com afinco e rigidez. A França, por exemplo, criou uma lei na qual modelos devem apresentar atestados de saúde e um IMC (Índice de Massa Corpórea) dentro dos limites normais para poderem desfilar.
A importância da detecção precoce das doenças
Reconhecer um quadro de distúrbio alimentar precocemente é muito importante para evitar que a situação se agrave. Entre os principais sintomas as pessoas apresentam perda acentuada de peso, fadiga, pele amarelada, entre outros. “Deve-se descartar outras doenças antes da confirmação de um caso de anorexia, por exemplo. A atenção e o apoio da família são fundamentais na luta contra doenças desse tipo. É preciso entender que o mercado procura por ponderação e equilíbrio, pessoas reais”, salienta Stein.
A prevenção dos distúrbios alimentares
Prevenir ainda é o melhor remédio para combater doenças como a anorexia nervosa e a bulimia. Para evitar essas disfunções e cuidar da saúde física e mental, algumas medidas podem ser tomadas, como:
- buscar informações confiáveis sobre distúrbios alimentares;
- manter uma dieta saudável;
- fazer exercícios físicos regularmente e sem exageros;
- consultar médicos e fazer exames periódicos;
- ter boas horas de descanso, de relaxamento e de lazer;
- procurar auxílio psicológico sempre que necessário;
- cultivar a autoestima e a autoconfiança.
“Estar na moda é ser saudável e equilibrado” finaliza Dilson Stein.