Crise hídrica deixa a conta de luz mais cara. Será que dá para economizar?
A chegada do inverno no Brasil traz, além de temperaturas mais baixas, o período de maior estiagem do País. Com menos chuvas, as usinas hidrelétricas são muito impactadas na estação mais fria do ano.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a escassez de chuvas no Brasil em 2021 é a pior em 91 anos para a geração de energia elétrica. O cenário leva a um desconforto no bolso do brasileiro: o aumento da conta de luz.
Em junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) afirmou que a crise hídrica levaria a um aumento de mais de 20% na tarifa de energia em todo o Brasil, por passar a operar na bandeira vermelha.
A Aneel estima que 67% da energia gerada no Brasil durante 2021 é originária de usinas hidrelétricas — aquelas movidas por fontes hídricas, como rios. A seca causada pela escassez de chuvas leva ao acionamento das usinas termelétricas.
Mais raras e de operação mais custosa, as usinas termelétricas funcionam a partir da queima de combustíveis fósseis. O Ministério de Minas e Energia prevê o repasse de um custo de R$ 9 bilhões ao consumidor a partir de 2022, resultando em mais aumento na conta de energia.
Entenda o que é a bandeira vermelha 2
O cenário atual levou a Aneel a realizar um reajuste de 52% no valor da bandeira vermelha 2, que é o nível mais caro da energia elétrica no País. A cobrança teve início em julho e deve valer até novembro de 2021. O valor pulou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos.
Mas como funciona a bandeira vermelha? Atualmente, são utilizados três tipos de patamares no Sistema de Bandeiras Tarifárias: verde, amarela e vermelha. Cada uma das bandeiras é acionada de acordo com as condições vigentes de geração de energia e as alterações acrescentam taxas na conta de energia dos consumidores.
O Sistema foi criado em 2015 pela Aneel para que os consumidores pudessem compreender com mais facilidade os custos reais da geração de energia, facilitando o controle do consumo de acordo com as condições do momento.
Assim como um semáforo de trânsito, a bandeira verde indica condições favoráveis de geração de energia, sem necessidade de taxas ou acréscimos. A bandeira amarela levanta um alerta para mudança nas condições, e passa-se a cobrar um acréscimo no consumo.
A bandeira vermelha 1 já sinaliza o aumento dos custos para geração da energia, tendo um acréscimo maior que o da bandeira amarela. Por fim, a bandeira vermelha 2 é o mais alto patamar tarifário.
Saiba como economizar energia elétrica
Diante dos novos desafios impostos pelo cenário energético atual, é importante alterar alguns comportamentos dentro de casa que possam resultar em maior economia de energia elétrica e, consequentemente, em redução de custos na hora de pagar a conta.
Ao fazer um uso racional, é possível não apenas reduzir o valor da conta, mas também criar hábitos mais sustentáveis que podem ser mantidos depois do momento de crise hídrica.
Confira as dicas que preparamos para ajudar você a reduzir os gastos e evitar surpresas na sua conta de luz, que a partir de agora contará com a cobrança da bandeira vermelha 2.
Apague as luzes: se não estiver em um cômodo, lembre-se de manter as luzes sempre apagadas.
Atenção aos eletroeletrônicos: itens como TVs, rádios, videogames e computadores também gastam energia enquanto estão ligados nas tomadas. Prefira mantê-los desconectados das tomadas quando não estiverem em uso.
Escolha lâmpadas mais econômicas: atualmente, é muito mais fácil encontrar lâmpadas eletrônicas ou de LED, que são modelos mais econômicos e sustentáveis.
Atualize seu ar-condicionado: modelos mais modernos de ar-condicionado, com a tecnologia “inverter”, ajudam a reduzir o consumo de energia por detectar a necessidade correta de refrigeração ou aquecimento para o cômodo. Trata-se de uma importante medida para economizar e diminuir o valor da conta de luz. Isso porque, de acordo com especialistas, um aparelho no modelo inverter chega a ser 70% mais econômico que os modelos tradicionais.
Não coloque roupas atrás da geladeira: este hábito pode prejudicar o funcionamento do motor do eletrodoméstico, que não foi desenvolvido para secar peças de tecido. Utilize o bom e velho varal para secar suas roupas.
Tome banhos curtos: banho quente é uma delícia, mas é um inimigo da sua conta de luz. O chuveiro elétrico é um dos eletrodomésticos que mais gastam energia, então evite banhos muito longos.
Faça o melhor uso da sua máquina de lavar roupa: para evitar o desperdício de água e de energia, lembre-se de utilizar este eletrodoméstico em sua capacidade máxima. Se sua máquina contar com a função água aquecida, evite a utilização deste recurso.
Utilize aquecedores de maneira inteligente: em regiões do País onde o frio é mais intenso, o aquecedor pode ser um grande aliado do conforto — mas não se esqueça do efeito de seu uso frequente na conta de energia. Para evitar desperdícios, desligue o aquecedor depois que chegar à temperatura desejada para o ambiente.
Evite máquinas de lavar louça com função água quente: a água fria pode ser utilizada para funções como ensaboamento de pratos e copos. Reserve a água quente apenas para o enxágue.
Opte por produtos com selo Procel: o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica classifica os produtos mais econômicos. Se for comprar um novo eletrodoméstico, procure pelo selo A do Procel.