Tome fôlego e responda: você respira direito?

  • Pode ser até algo que fazemos sem pensar, mas respirar de maneira errada pode impactar nossa saúde, performance esportiva e até a estética

  • Exercícios do Low Pressure Fitness trabalham o diafragma, beneficiando uma série de funções no organismo

Quantas vezes você já ouviu alguém recomendar “respira fundo!” para tomar coragem ou se acalmar? Como vários outros conselhos da sabedoria popular, este também tem sua razão de ser. Embora seja algo que fazemos o tempo todo sem nos darmos conta, existe sim uma forma correta de respirar para alcançar inúmeros benefícios em nosso corpo. Respirar de forma errada pode causar problemas de saúde, comprometer o rendimento físico na prática esportiva e até mesmo influenciar na aparência estética.

“A respiração e seu principal músculo de suporte, o diafragma, estão diretamente ligados a uma série de funções em nosso organismo como, por exemplo, a postura e os padrões de movimento”, explica Carol Lemes, embaixadora do método Low Pressure Fitness (LPF) no Brasil. “Quando não temos um trabalho específico no diafragma, ele pode ficar mais rígido e isso afeta nossa maneira de respirar, repercutindo sobre outros músculos responsáveis pela estabilidade da nossa coluna, como o chamado psoas, que liga nossa coluna lombar ao nosso fêmur e influi na flexão e rotação do quadril”, acrescenta.

A especialista ressalta que dores no pescoço e redução na amplitude do movimento são outras consequências da má respiração. “O chamado nervo frênico começa no pescoço, passa entre o pulmão e o coração, chegando até o diafragma, então é outro sistema interligado que sofre pelo funcionamento reduzido desse músculo”, diz Carol. “Para completar, ele atua em sincronismo com o assoalho pélvico, que são os músculos responsáveis por sustentar nossos órgãos nessa região, como a bexiga e o reto, influenciando ainda no surgimento de problemas como a incontinência urinária de esforço”, aponta.

Carol alerta que a respiração adequada tem tudo a ver também com o melhor rendimento esportivo. “Se você tem um diafragma eficiente, vai conseguir aumentar sua capacidade pulmonar, a quantidade de oxigênio que você leva para os tecidos do seu corpo, então recorrer a técnicas que abordam um treinamento respiratório específico, melhorando o volume e o ritmo, certamente favorece essa performance”.

Algo que muita gente não sabe é que a respiração correta pode impactar até mesmo a estética, especialmente na busca daquela barriga sequinha e com tudo no lugar. “Tanto o transverso do abdômen – que é a aquele músculo que funciona como uma cinta natural – como músculos oblíquos internos e externos, reto abdominal e o períneo, são músculos expiratórios, ou seja, se ativam e contraem no momento em que você solta o ar”, descreve a embaixadora do LPF no Brasil. “Se você tem um volume expiratório muito curtinho, não está ativando essa musculatura de maneira ótima”, revela Carol. “Apenas por manter uma frequência respiratória adequada, você já está trabalhando esses músculos abdominais de uma maneira mais eficaz durante todo o período do seu dia”.

Por último – e não menos importante – lembra da sabedoria popular? Sim, respirar corretamente acalma mesmo, impacta diretamente em nosso sistema nervoso, como enfatiza Carol. “Quando a gente pratica uma técnica respiratória como o LPF, onde o tempo de exalação dos exercícios é o dobro da inspiração, a gente consegue uma normalização do sistema nervoso neurovegetativo, que controla funções como a respiração, circulação do sangue, controle de temperatura e digestão”, detalha a especialista. “Em palavras mais simples, é possível trazer para a pessoa um estado de tranquilidade que auxilia em problemas como ansiedade, insônia ou compulsão alimentar, por exemplo”, afirma. “Inclusive, temos alunas que destacam ter emagrecido com o LPF, apesar de não ser um método para queimar gordura, mas a questão é que, com a prática regular e sistemática do treino respiratório, sua mente se acalma, e isso ajuda a combater esses distúrbios, além de permitir que você encare os desafios de maneira mais positiva”.

Carol destaca que é essa integração profunda entre a respiração e diversas funções diferentes no organismo que faz com que essa seja a primeira coisa que ela avalia quando recebe um aluno para o LPF. “Sempre digo aos licenciados que, antes de introduzir o vácuo abdominal  e as pautas posturais, que são essenciais no treino do core , ou seja, do núcleo de músculos localizados na região mais profunda do abdômen, é preciso melhorar a respiração”, avisa. “Do ponto de vista fisiológico, o que gostaríamos de encontrar seria uma respiração basal de 12 ciclos respiratórios em um minuto, ou seja, de inspiração e exalação, mas muitas vezes a pessoa tem o dobro disso, com uma respiração curta, porque está ansiosa ou estressada”, diz. Todos nós deveríamos ser capazes de conseguir controlar nossa respiração e realizar seis ciclos respiratórios em um minuto, ou até menos, em pessoas mais treinadas, mas a grande maioria não consegue controlar o tempo de entrada e principalmente o de saída de ar, então o ponto de partida do LPF é melhorar isso com exercícios específicos, proporcionando mais saúde e bem-estar geral”, conclui.

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