Mulheres recuperam autoestima com procedimentos estéticos na região íntima
O Brasil é um dos países que mais realiza cirurgias plásticas. Mesmo não sendo tão comentada, a cirurgia íntima é uma das mais procuradas pelas mulheres.
Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps) de 2017, o país é líder mundial neste segmento. Para o especialista César Patez, além de melhorar a estética e o bem-estar feminino, o procedimento também afeta positivamente a autoestima das pacientes.
“Muitas mulheres deixam de usar roupas mais justas por medo de marcar a região íntima. Outras deixam de usar roupas de banho e ir à praia ou piscina por vergonha. Ainda existem aquelas que se sentem inseguras de ficarem nuas diante de seus parceiros. Esses e outros inconvenientes acabam se tornando fonte de insatisfação e problemas de autoestima”, ressalta o profissional.
A maioria busca esse tipo de cirurgia para se sentir melhor com o próprio corpo, e assim, também se sentir mais à vontade durante o contato íntimo. Mas se engana quem pensa que a cirurgia é motivada apenas por uma questão estética. O excesso de volume nos lábios da vagina, por exemplo, pode até mesmo causar dores nas relações sexuais.
“Muitas que procuram por esse procedimento reclamam de dores durante o sexo, desconforto ao usar certas roupas, praticar atividades de lazer, como andar de bicicleta”, explica. “A cirurgia, nesses casos, promove um aumento na qualidade de vida, levando ao aumento da libido, e, por consequência, tornando as relações sexuais mais agradáveis.”
Como o próprio nome diz, a cirurgia íntima visa o aperfeiçoamento da estética da genitália feminina. A mais popular é a ninfoplastia, também conhecida como labioplastia, que diminui o tamanho dos pequenos lábios vaginais em mulheres que apresentam hipertrofia na área. Segundo César, o público que busca esse procedimento em seu consultório é de jovens, entre 20 e 40 anos, sexualmente ativas, e, na maioria das vezes, solteiras.
“Na cirurgia, os pequenos lábios são cortados e suas bordas costuradas de forma que não se vê a cicatriz. Ela é realizada com anestesia local, utilizando aparelhos como a alta frequência ou laser, que tem a capacidade de biomodular o tecido, favorecendo a cicatrização e tendo, assim, um melhor resultado estético”, pontua o cirurgião. “O procedimento é rápido, dura de 40 minutos à uma hora e meia. A paciente é liberada para ir para casa no mesmo dia.”
Mesmo sendo um procedimento simples, o pós-operatório requer alguns cuidados.
“Dependendo de cada pessoa, mas costuma-se evitar contato íntimo nos primeiros 35 dias, repousar entre três e cinco dias; não realizar atividade física nas três primeiras semanas; fazer higiene íntima com água morna e sabonete neutro; não esfregar a região e usar calcinha de algodão e aplicar compressas frias na região íntima para diminuir o inchaço”, lista o profissional.
De acordo com César, outras intervenções comuns são a redução do prepúcio do clítoris, para que ele fique mais exposto e favoreça o prazer; rejuvenescimento vaginal, com técnicas de clareamento associada; redução do monte de vênus, quando a vulva é muito alta ou larga; e vaginoplastia, que consiste em reconstituir um canal vaginal que foi, de alguma maneira, deformado ou destruído.
“Em vários casos, ninguém fica sabendo da cirurgia, ou apenas uma pessoa muito próxima, como o marido e a mãe. É uma cirurgia feita para que a mulher se sinta bem consigo mesma, e não para que os outros reparem. De forma geral, elas ficam muito satisfeitas com o resultado, recuperando sua confiança e se sentindo bem com a aparência do genital”, finaliza.