O que aprendi com a pandemia
Estava sentada na varanda de minha casa na tarde ensolarada do último sábado, sem poder sair, e me peguei pensando nos desejos e promessas do dia 31 de dezembro de 2020, anseios para um novo ano, uma nova vida e com grandes realizações e acontecimentos.
Lembrei quando nos abraçamos e dissemos “que venha 2021 com muita paz, amor, alegria e saúde, pois vai ser muito melhor.”
E cinco meses depois nos encontramos numa situação pior que no ano passado, em que o medo, a dúvida, o cansaço e as perdas são imensuráveis. As más notícias, diariamente, nos deixam apreensivos e até nos fazem perder o sono. As redes sociais lotadas de luto e despedidas, famílias destruídas.
Mas, como em toda situação desagradável precisamos ser resilientes e frente a esta desarmonia que toma conta da humanidade, remeti meu pensamento à bíblia e lembrei do Salmo 91:1, 2, 5, 9 onde diz:
“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia. Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio.”
Com isso, me perguntei: o que estou aprendendo com esta pandemia? Então cheguei à conclusão que:
- A fragilidade da vida é revelada a qualquer momento, pois os eventos acontecem e muitas vezes não dão sinal, simplesmente acontecem.
- Estabelecer um caminho pautado na fé, força e amor é o que nos dá suporte emocional para enfrentarmos qualquer situação difícil.
- Valorizar a vida e os momentos especiais com quem amamos é fundamental.
- Ter uma família unida e amigos verdadeiros são valores incomensuráveis.
- Devemos nos preocupar mais uns com os outros, pois a segurança do outro é a minha também.
- Ser empático é uma palavra de ordem neste momento, pois a minha sensibilidade ajuda a aquietar o coração de quem precisa de ajuda.
- Por mais que se tenha dinheiro, mas se não tivermos onde e como gastar, não vale a pena.
- Os profissionais da área da saúde não medem esforços para superar as complicações, as perdas e o cansaço.
Finalmente, aprendi que o melhor e o pior do ser humano estão a se revelar!
Jocely Burda é psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Estácio Curitiba