Encontros extraconjugais durante o confinamento: como o coronavírus mudou a forma que os brasileiros se relacionam
A pandemia do coronavírus mudou a forma como as pessoas se relacionam e isto fez com que houvesse um aumento significativo no número de usuários de aplicativos de encontros e namoro. Em uma pesquisa realizada no início das medidas de distanciamento social pelo Gleeden, aplicativo para encontros discretos, revelou que houve um crescimento de 160% no número de cadastros, alcançando mais de 7 milhões de usuários ativos. Agora em 2021, o Gleeden realizou uma nova pesquisa com o público masculino brasileiro para saber como eles estão lidando com os encontros extraconjugais durante a pandemia.
A pesquisa realizada com mais de 12.355 usuários brasileiros mostra que o grande impulsor para os encontros extraconjugais on-line foi o desgaste no relacionamento. Entre os usuários, 100% responderam que pandemia fez com que eles tivessem vontade de fazer sexo com novas pessoas porque agora passam muito mais tempo na companhia de suas parceiras fixas. O tempo de uso do aplicativo também aumentou, registrando um crescimento de 50%, principalmente na parte da noite.
“O número total de divórcios extrajudiciais no segundo semestre de 2020, foi 15% maior que no mesmo período de 2019 e também a maior média de crescimentos anuais que até então era de 2% – de acordo com dados do Colégio Notarial do Brasil. Isso mostra uma grande mudança de comportamento nos relacionamentos após o início da pandemia, que tem levado a um maior número de separações. A convivência entre os casais que se davam bem, em geral, melhorou, ou continuou caminhando bem. Mas, o excesso de convivência dos casais que tinham dificuldades, levou à uma tendência de piora do relacionamento. A pesquisa realizada pelo Gleeden pode ter neste fator uma de suas justificativas”, diz a psicóloga Sandra Vasques.
Apesar do tempo no aplicativo ter aumentado e muitos ainda sentirem receio de marcar encontros pessoalmente por conta da contaminação, a maioria dos homens estão dispostos a desafiar as regras da monogamia. Todos os entrevistados afirmaram marcar encontros em locais públicos sempre que conseguem ter uma oportunidade. Outra forma que eles encontraram para diversificar suas parceiras é por meio do sexting, que significa a troca de mensagens com conteúdos sexuais por meio do aplicativo.
Segundo Sandra Vasques, “É claro que a infidelidade acontece não só entre os casais que têm dificuldades de comunicação e convivência. Naqueles que se dão bem, ela pode acontecer por uma escolha das parcerias, que podem dar várias justificativas, como a necessidade de novidade, de uma distração mais interessante para aliviar o stress e até como um estímulo para esquentar a vida do casal. Se o casal tiver um acordo onde se relacionar com uma terceira pessoa tem espaço, mesmo que não se fale nisso, fica mais justo para os dois lados. Nesse caso, se diminui o risco de gerar mágoas e desconfianças que podem inclusive levar ao fim do relacionamento se houver a descoberta.
Quando perguntados se tomavam alguma medida de precaução, 100% dos entrevistados responderam que não, mas afirmaram ter realizado o teste para covid-19 recentemente.
“O encontro que ultrapassa as fronteiras digitais tem sido uma realidade. Neste caso, durante a pandemia, é uma questão de lealdade e não de fidelidade, tomar todas as precauções para não colocar em risco a saúde da parceria que não fizer parte do encontro”, finaliza a psicóloga.