Empresários brasileiros apostam no aquecimento do mercado externo, aponta pesquisa da Grant Thornton

A pandemia da covid-19 continua sendo um grave problema de saúde mundial, mas, com a chegada das vacinas em diversos países, as lideranças empresariais brasileiras já vislumbram uma melhora nos negócios internacionais.

Para este ano, 47% dos entrevistados esperam um aumento na receita proveniente de mercados externos e 50% acreditam que o número de países para os quais vendem será expandido. A média global ficou em 34% em ambos os intens. Para 44% dos empresários consultados, a proporção de funcionários focados em mercados não domésticos também deve aumentar. Mas, somente 29% da média global apostam nessa possibilidade. Com relação ao uso de fornecedores e terceirizados não domésticos, 51% preveem um incremento neste item, no qual o Brasil ficou em primeiro lugar no ranking, juntamente com a Índia, com mais de 20 p.p. acima da média global registrada na pesquisa (30%).

Globalização X Covid-19

A Grant Thornton ainda aprofundou a pesquisa em questões específicas sobre a relação entre o mercado externo e a pandemia, como as empresas de diferentes países estão identificando as vantagens e/ou desvantagens da internacionalização de seus negócios.

Para se ter uma ideia de como a crise passou a influenciar os negócios, os gráficos abaixo  mostram os principais motivos para as empresas buscarem ou não maior exposição externa durante esse período, comparando o Brasil e outros países emergentes com a China, país que teve o maior crescimento no mundo em 2020: 2,3% do PIB.

A pandemia do coronavírus acelerou os planos de internacionalização das atividades de 35% das empresas brasileiras pesquisadas, índice igual ao da média global e próximo ao dos outros países selecionados, com exceção da Rússia.

 

As falhas ou fechamento de empresas concorrentes no mercado externo foram o principal fator apontado por 46% das empresas brasileiras para estabelecer novos relacionamentos comerciais internacionais, abaixo apenas da Índia, com 58%.

Com relação ao aumento da carteira de fornecedores estrangeiros, 46% das empresas alegaram buscar garantir melhores preços e termos para contratos internacionais, mesmo índice apontado na Rússia.

Para João Rafael Araújo, sócio líder de Transações da Grant Thornton Brasil, esse otimismo com um possível aquecimento do mercado externo se deve, principalmente, à chegada das vacinas contra a covid-19. “A perspectiva do início de controle da pandemia trouxe um alento ao mercado, e as empresas brasileiras começam a enxergar o mercado internacional como uma alternativa muito viável, tanto para consolidar quanto para expandir seus negócios nesse período de retomada.”

Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil, por sua vez, avalia que empresas em todo o mundo estão se adaptando a essa fase de indefinições e pouca previsibilidade imposta pela pandemia. “Em períodos como esse que atravessamos, as empresas precisam buscar alternativas para garantir sua existência e buscar o crescimento. Nesse sentido, as mais preparadas, com produtos a preços competitivos e vocação para expansão, podem encontrar no mercado externo uma janela de oportunidade, geralmente aberta por aquelas empresas menos estruturadas para enfrentar a turbulência da crise. Infelizmente, é uma oportunidade que tem origem no elevado grau de endividamento e/ou falta de uma estratégia para mercados internacionais de alguns players”, finaliza.

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