Pesquisas mostram efeitos da exposição às telas no cérebro das crianças
Em tempos de uso exagerado de telas em suas mais diversas modalidades — TVs, smartphones, tablets, computadores, entre outras — muito se tem questionado sobre as consequências dessa exposição. Quais os achados dos cientistas que estão estudando esses efeitos no cérebro? Essas são algumas questões tratadas no documentário francês “Geração Tela — Uma Geração Doente?“, do diretor Raphaël Hitier, que estreia no canal Curta!
O filme mostra que psicólogos e pediatras vêm detectando alterações comportamentais em crianças demasiadamente expostas às telas, como atraso no desenvolvimento da fala, déficit de atenção, transtornos no humor e problemas de interação. Depoimentos de professores de neurociência, de psicologia infantil e de ciências comportamentais, entre outras áreas, explicam por que os estímulos da TV, de videogames, de tablets e de celulares causam tais distúrbios e como a ciência está produzindo estudos sobre isso.
Uma das experiências mostradas no filme foi feita com ratos recém-nascidos, submetidos a algumas horas diárias de estímulos audiovisuais. Mais tarde, ao serem colocados num recipiente de vidro, eles caminham de modo impulsivo por todo o espaço, enquanto os ratos que não receberam estímulos iguais aos da TV exploram o espaço com mais cautela, andando pelos cantos.
Em “Geração Tela” é explícita a recomendação dos cientistas de que se evite expor crianças com menos de três anos a esses estímulos e que o uso dessas tecnologias seja restrito a 60 minutos para crianças de até cinco ou seis anos. No entanto, ainda segundo os estudos apresentados, crianças em idade pré-escolar passam entre quatro e seis horas diárias em frente a algum tipo de tela, ou seja, mais de um terço do tempo que permanecem acordadas, configurando um grande problema para sua saúde e para a sociedade como um todo — afinal, esse impacto pode comprometer toda uma geração. A estreia é na Quinta do Pensamento, 1º de abril, às 23h.
A história do filme decisivo para a condenação de nazistas no Julgamento de Nuremberg
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os Aliados — países vencedores do conflito — levaram os nazistas a julgamento por seus crimes contra a humanidade. Antes disso, porém, foi preciso reunir provas contundentes contra os réus, para serem apresentadas no Tribunal de Nuremberg. A missão foi cumprida pelos irmãos Schulberg. Essa história é contada no documentário “O Filme Perdido de Nuremberg”.
O filme, produzido pela ARTE France e dirigido por Jean-Christophe Klotz, conta a saga de Stuart e Budd Schulberg, que foram a uma Alemanha completamente devastada pela guerra para coletar fotografias e registrar vídeos que comprovassem os crimes nazistas. Eles obtiveram imagens dos encontros de Hitler com seu séquito e cenas de campos de concentração. Graças a esse material, foi possível identificar e provar a ligação de suspeitos com o partido nazista, além de dar uma dimensão mais exata do terror promovido por Hitler e seus apoiadores. Foi a primeira vez que um Estado soberano esteve no banco dos réus, assim como aquele foi o primeiro julgamento a utilizar recursos audiovisuais.
A montagem realizada com tudo o que fora coletado se juntou às imagens dos julgamentos e se tornou um filme: “Nuremberg: Uma Lição Para o Mundo de Hoje”, dirigido por Stuart Schulberg. Porém, com o início da Guerra Fria, a divisão da Alemanha em dois blocos e a tentativa de restaurar a economia europeia para fortalecer o lado capitalista, os Estados Unidos não tinham mais interesse naquelas imagens, pois os antigos inimigos poderiam vir a se tornar aliados com a mudança do panorama geopolítico. Assim, o lançamento do filme nos Estados Unidos foi cancelado por decisão de Washington, e o longa se perdeu até ser restaurado décadas depois. A estreia é na Sexta da Sociedade, 2 de abril, às 23h.
Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 29/03
22h35 – “Gilberto Gil — Antologia Vol. 1” (Documentário)
“Gilberto Gil — Antologia Vol.1”, sexto documentário realizado por Lula Buarque de Hollanda com o artista, apresenta obras compostas entre 1968 e 1987. Gil revê material antigo e comenta sua visão de mundo e sua potência criativa no início da carreira, quando o Brasil vivia um turbulento momento histórico. O filme de montagem é construído a partir de vasta pesquisa de imagens de arquivo e revisita o contexto das músicas em conversa com o próprio criador. Diretor: Lula Buarque de Holanda. Duração: 70 Min. Classificação: Livre. Horários Alternativos: 30 de março, quarta-feira, às 02h35 e às 16h40; 31 de março, quinta-feira, às 10h35; 03 de março, sábado, às 14h05; 04 de março, domingo, 22h35h.
Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 30/03
22h05 – “Gaga — O Amor Pela Dança” (Documentário)
Filmado ao longo de oito anos, o documentário captura a beleza elusiva do mundo de Ohad Naharin, renomado coreógrafo e diretor artístico da Companhia de Dança Batsheva, de Tel Aviv. Diretor: Tomer Heymann. Duração: 100 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 31 de março, quarta-feira, às 02h05 e às 16h05; 01 de abril, quinta-feira, às 10h05; 03 de março, sábado, às 22h; 04 de março, às 13h20.
Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 31/03
20h30 – “Éramos Todos Loucos” (Documentário)
Os realizadores da comédia “Vai trabalhar, vagabundo”, de 1973, reveem e comentam, 40 anos depois, o filme-manifesto mais oblíquo, suingado e debochado dentre vários que aquela geração produziu contra a falsa moral e bons costumes do autoritarismo vigente. “Vai trabalhar vagabundo” criou para os censores da época uma dificuldade ao se verem diante de uma expressão da alma carioca, encarnada no genial personagem Secundino Meireles, o Dino, eternizado na interpretação de Hugo Carvana. O ator, formado na chanchada, dirigiu um filme emblemático, que representou o renascimento da comédia carioca, como seus amigos contam nos depoimentos gravados para este documentário, realizado pelos filhos de Carvana. Diretor: Pedro Carvana e Rita Carvana. Diretor: Pedro Carvana e Rita Carvana. Duração: 49min. Classificação: 14 anos. Horários alternativos: 31 de março, quinta-feira, às 2h05 e 16h05; 01 de abril, sexta-feira, às 10h05; 03 de abril, sábado, às 22h; 04 de abril, domingo, às 13h20.
Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 01/04
23h – “Geração Tela – Uma Geração Doente?” (Documentário)
Smartphone, televisão, computador, videogame e tablet são inevitáveis em nosso dia a dia. Essa intrusão cotidiana gera inúmeras controvérsias. Estamos danificando nosso cérebro com todas essas telas? Quais serão os efeitos dessa exposição sem precedentes na história da humanidade? Este filme científico mostra o que é mito e o que é fato comprovado pela ciência. Direção: Rodrigo Séllos. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 02 de abril, sexta-feira, às 03h e às 17h; 03 de abril, sábado, às 11h; 04 de abril, domingo, às 20h35; 05 de abril, segunda-feira, às 11h.
Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 02/04
23h – “O Filme Perdido de Nuremberg” (Documentário)
O diretor Jean-Christophe Klotz sai em busca do filme “Nuremberg: sua lição para hoje”, o filme oficial dos anos 80 sobre o julgamento de Nuremberg feito pelos irmãos Schulberg, que foi retirado de circulação nos Estados Unidos no pós-guerra por razões geopolíticas, e então desapareceu. Esta é a história do próprio filme, que continha evidências dolorosas dos crimes nazistas, e busca saber como e por que foi censurado. Este documentário tem uma abordagem inovadora, explorando o processo de julgamento de um ângulo pessoal, por meio da fascinante história de Budd e Stuart Schulberg, os dois irmãos que coletaram evidências cinematográficas dos crimes nazistas. Diretora: Jean-Christophe Klotz. Duração: 94 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 03 de abril, sábado, às 03h05; 04 de abril, domingo, às 21h35; 05 de abril, segunda-feira, 17h; 06 de abril, terça-feira, às 11h.
Sábado –03/04
17h – “Respire Comigo – Lygia Clark” (Documentário)
“Respire Comigo – Lygia Clark” apresenta imagens históricas e relatos de todos os envolvidos na exposição homônima, que abriu em 2020 o calendário de comemorações do centenário da artista ao redor do mundo. A exposição proporcionou a reflexão, através de seus escritos, diários e objetos sensoriais. Tudo levou o espectador a compreender o que motivou Lygia Clark a tirar seus trabalhos da parede e pensá-los em direção ao corpo do outro. Em um formato expositivo inédito, com a apresentação do monólogo “Lygia”, misturando as palavras da artista aos objetos sensoriais, os pensamentos da precursora do movimento neoconcreto ganham voz neste documentário. Diretor: Oskar Metsavaht. Duração: 32 min. Classificação: 14 anos. Horários alternativos: 04 de abril, domingo, às 08h.
Domingo – 04/04
18h35 – “Casa de Areia” (Ficção)
Após a morte do marido em um acidente, uma mulher grávida e sua mãe lutam para sobreviver no rigoroso deserto do Nordeste brasileiro com a ajuda de um morador local. Diretor: Andrucha Waddington Duração: 115 min. Classificação: Livre.