Alta dos custos médicos deve chegar a 11,21% em 2021
- América Latina é a região que deve registrar as maiores altas com um crescimento da inflação de 9%, em 2020, para 13,6%, em 2021
- O Brasil deve registrar inflação de 11,21%
A Willis Towers Watson, empresa global líder em consultoria, corretagem e soluções, acaba de divulgar os resultados do estudo “Global Medical Trends” que aponta as tendências de evolução dos custos médicos em diversos países para 2021. A pesquisa é realizada todos os anos entre os meses de julho e setembro. Nesta edição, participaram 287 das principais seguradoras no mundo, representando 76 países.
De acordo com o relatório, a tendência é de que a taxa de inflação médica global seja de mais de 8% em 2021. A América Latina é a região que registra as maiores altas com uma projeção de 13,6% em 2021.
Para Walderez Fogarolli, diretora de gestão de saúde da Willis Towers Watson, o cenário de alta nos custos tem como causa principal a postergação dos tratamentos causados pela pandemia, o que pode levar ao agravamento das condições de saúde e a alguns aumentos inesperados de custos, como os de equipamentos de proteção individual.
“No Brasil, a redução significativa na utilização dos recursos de saúde resultou em uma taxa média de 9,4% para 2020, algo que não se via há muito tempo. A tendência é que volte aos dois dígitos em 2021 à medida que a demanda e a utilização aumentem. Entretanto, a taxa média deve ficar em torno de 11,21%, um pouco abaixo dos anos anteriores em função de vários fatores, como a recessão econômica e a introdução da telemedicina”, explica.
A especialista complementa que aprovada como medida temporária para este ano, espera-se que a telemedicina se torne permanente e melhore a utilização e o acesso para alguns, ao mesmo tempo em que ajude a gerenciar os custos. Um outro fator que pode impactar a tendência de custos médicos no país é a revisão periódica que é feita pela ANS nas coberturas mínimas obrigatórias nos planos médicos.
Telemedicina
O estudo também traz dados de como estão as práticas relacionadas à implementação da telemedicina. No mundo, cerca de 50% das seguradoras oferecem o atendimento por telemedicina em todos os planos. Na América Latina, essa parcela é de 46%.
Segundo Walderez Fogarolli, a pandemia tem ajudado a acelerar a implementação da telemedicina em muitos países. No Brasil, por exemplo, onde seguradoras e hospitais já vinham desenvolvendo capacitação e se preparando há algum tempo, a telemedicina foi regulamentada provisoriamente em março de 2020, enquanto vigorar a pandemia. “Essa modalidade pode ser usada como ferramenta para triagem e encaminhamento ao atendimento médico apropriado, facilitando o acesso e diminuindo o tempo de espera e o risco para alguns pacientes”, explica.
Metade das seguradoras da América Latina informou que, atualmente, 10% a 19% dos segurados realizam consultas com médico generalista via telemedicina. A perspectiva, segundo 22% das seguradoras ouvidas, é que até o final de 2021, de 20% a 29% dos segurados usem a telemedicina para estas consultas.