Frutos pandêmicos: uma fonte de vitamina essencial para o crescimento

Essa pandemia está rendendo. Quem tem mais de 40 anos vai entender que aqui o termo “rendendo” significa causando problemas, mas prefiro substituir o significado do termo, neste texto, por prosperando, entregando.

A pandemia e o home office estão nos rendendo muitos momentos especiais. Não tem um dia que não nos damos conta de algo diferente, de mais alguma mudança que precisa ser feita, de conceitos que precisamos aprender.

Aprender “a fazer diferente” tornou-se o foco central da nossa vida doméstica.

Certamente você aprendeu coisas novas. Passou a usar roupas e sapatos que nunca usou; pesquisou assuntos que não eram seu foco; reinventou e customizou roupas e artigos pessoais; conheceu e experimentou receitas, dicas de alimentação, exercícios físicos diferentes; ouviu música e viu arte, mesmo que por canais fechados de TV; ou seja, usou tempo para rever crenças, analisar comportamentos, criar novos hábitos, olhar por outro ângulo.

Subimos um degrau na escada da consciência – e isso muda tudo

Concentrar-se em si mesmo, nas próprias ideias, passou a ser um exercício constante nos últimos meses. Parte do efeito home office é isso. Estar o tempo todo em ambiente fechado faz isso. Estamos vivendo uma espécie de DIY(*) da nossa vida, do nosso dia a dia.

Agora a tendência é “moda conforto”, renovação na decoração para criar espaços alternativos dentro de casa, quartos com escritórios planejados e tudo o que pode sustentar a sua mudança interior. Sua consciência de que o mundo de dentro é fundamentalmente importante para aguentar o mundo de fora, se ampliou.

O mais interessante nisso é que através desse olhar de “faça você mesmo” doméstico, passamos a criar novos parâmetros para o mundo externo. Nossa consciência de corresponsabilidade cresce e atinge outras esferas.

O nascimento das urgências

A primeira delas está ligada a entender nosso planeta, ter um olhar mais enfático, pragmático e direto para questões da sustentabilidade e preservação do nosso ecossistema. O poder de mudança está em nossas mãos, mesmo que sentados no sofá.

Ao escolhermos marcas, produtos e serviços de empresas que estejam orientadas ao bem maior e comum e que tenham a questão da preservação do planeta, das fontes de energia e dos recursos naturais no foco, nos ajuda a seguir nessa missão.

Pesquisas apontam que 70% da geração Z já pensa assim e consome produtos de todos os tipos com essa perspectiva em mente. Precisamos nos conscientizar que não há mais tempo para pensar e devemos agir já.

A segunda urgência tem foco nos ambientes de trabalho. A consciência da mudança e da participação ativa de todos passa a ser tendência. Habilidades como autogestão e intraempreendedorismo estão na crista dessa onda do “faça você mesmo”, só que agora, organizacional.

A autogestão é a habilidade que garante que temos a inteligência emocional, a autonomia e a organização pessoal necessárias para alcançarmos o nosso potencial e gerir nossa vida sozinhos. Na mesma linha de pensamento, o intraempreendedorismo chega para nos afirmar como inovadores dentro do ambiente de trabalho. Essa habilidade nos reconhece como colaboradores que trazem soluções diferenciadas e evolutivas para dentro da empresa, e mostra como os novos empreendedores se entregam na construção de um local de trabalho arrojado e orientado à prosperidade.

O conjunto das duas habilidades nos dá força para implementar novas ideias, criar novos padrões e sermos ativos na liderança e na missão das empresas.

Apertem os cintos e dêem as mãos

Estes rendimentos e resultados trazidos pela pandemia ainda estão efervescentes dentro de nós e tendem a nos mudar ainda mais. O momento é de aceleração e renovação. Dizem que a pandemia entregou ao planeta (e aos nossos hábitos) uma revolução tecnológica de 10 anos em um único ano e tornou, tudo ao nosso redor, efêmero e sem parâmetros com o passado.

Não podendo comparar com passado, temos a possibilidade de criar um futuro diferente. Mas precisamos agir em conjunto, agregar e integrar. Precisamos entender que tudo ao nosso redor é vivo e que, portanto, muda a qualquer momento. Que tudo o que fazemos gera impacto, positivo ou negativo; pessoal e no coletivo, e que o poder de mudança está incondicionalmente em nossas mãos, alicerçados em nossa consciência.

Esta pandemia está rendendo muito e cabe a você perceber, recolher e usar seus dividendos da melhor forma. Como já diziam alguns filósofos: “seja a transformação que você quer para o mundo”, mas não espere não, comece já.

Daniela Garcia, Diretora de Operações e Associações do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB)

(*) DIY é a sigla da expressão em inglês Do It Yourself, que significa “Faça Você Mesmo”, na tradução para a língua portuguesa. O DIY pode ser considerado uma “filosofia de vida”, onde os seus participantes optam por deixar de comprar móveis, objetos e presentes, por exemplo, preferindo, fabricá-los pessoalmente, sem contratação de ajuda profissional. É um conceito bastante popular desde a década de 1970.

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