ANS aprova imunobiológicos para asma grave e urticária crônica espontânea no Rol de Procedimentos e Eventos da Saúde
Três imunobiológicos – uma nova classe de medicamentos indicados para asma grave e um indicado para urticária crônica espontânea (UCE) agora passarão a ser cobertos pelos planos de saúde, são eles: Benralizumabe, Mepolizumabe e Omalizumabe, sendo este último indicado também para a UCE. A aprovação é da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e atualiza o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde.
Com os imunobiológicos, os pacientes graves têm chance muito maior de controlar a doença, reduzir as crises e resgatar sua qualidade de vida, podendo, por exemplo, voltar a praticar esportes e realizar atividades ao ar livre, além de reduzir outras medicações.
Para a Dra. Norma Rubini, Diretora Científica da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), a inclusão dos imunobiológicos no Rol de Procedimentos representa grande conquista para a sociedade brasileira. “São medicamentos com eficácia e segurança comprovadas e que são disponibilizados por vários sistemas de saúde internacionais. Contudo, seu alto custo dificulta o acesso para a maioria dos brasileiros. Até o momento, vários pacientes tinham de recorrer a ações judiciais para ter direito ao tratamento”, explica Dra. Norma.
Em maio de 2019, a ASBAI submeteu ao processo de atualização do Rol de Procedimentos – ANS 11 dossiês técnico-científicos solicitando a inclusão de vários procedimentos diagnósticos e terapêuticos para pacientes com doenças alérgicas e imunodeficiências primárias.
Cerca de 47 milhões de brasileiros (23% da população brasileira) têm acesso aos planos de saúde que são regulados pela ANS.
Estudos epidemiológicos nacionais estimam que mais de 20 milhões de brasileiros, entre crianças e adultos, sofrem com asma. Desse total, cerca de 5% apresentam a forma mais grave da doença. A asma é responsável pela 4ª causa de internação no Brasil e pela morte de cerca de duas mil pessoas por ano. Alguns estudos apontam que o uso dos imunobiológicos para o tratamento de asma grave pode reduzir o número de internações entre 40% a 70%.
Tratamento com Imunobiológicos na asma – Esses medicamentos de última geração só estão indicados para pacientes com asma grave que não controlam a doença com a terapia padrão (associação de dois ou mais medicamentos) em altas doses para obter o controle da doença ou que apesar desta terapia mantém as exacerbações da asma ou necessitam de uso frequente de corticosteroides orais.
“O acesso aos imunobiológicos na saúde suplementar é um grande avanço e traz a possibilidade de tratarmos os pacientes com asma grave de forma precisa e personalizada, considerando características específicas da doença. Alguns desses medicamentos podem ser indicados a partir dos 6 anos de idade e são utilizados associados ao tratamento padrão. A terapia com imunobiológicos proporciona um melhor controle da asma, com redução do número de exacerbações, hospitalizações e melhor qualidade de vida. Assim, é possível reduzir os custos diretos e indiretos relacionados a asma grave não controlada”, comenta da Dra. Faradiba Sarquis Serpa, Diretora de Políticas de Saúde da ASBAI.
Tratamento com imunobiológicos na UCE – O omalizumabe está indicado para os pacientes com UCE que não respondem a doses altas de anti-histamínicos (até 4 vezes a dose padrão). Estes pacientes sofrem com crises frequentes que interferem com as atividades diárias, trabalho, estudo e lazer, acarretanto, frequentemente, consequências psicológicas, como depressão e ansiedade. O omalizumabe controla a doença e melhora a qualidade de vida desta população de pacientes.