Cuidado com o Minoxidil
O medicamento mais popular para tratamento capilar é o Minoxidil, seja via oral ou para uso tópico. Embora seja eficaz no crescimento dos fios, seu consumo não deve ser indiscriminado, pelo contrário, assim como em qualquer medicação, seus efeitos devem ser monitorados evitando assim resultados indesejados como a hipertricose, um efeito colateral incômodo.
Quem explica melhor sobre isso é um especialista na saúde e tratamentos que envolvem os cabelos, o tricologista e médico Dr Ademir Leite Junior, que com mais de duas décadas de experiência em consultório reuniu dados e observações do uso do Minoxidil e seus efeitos, inclusive os colaterais, nos pacientes.
Ele inicia explicando que o Minoxidil é uma medicação nascida como anti-hipertensivo há algumas décadas e que a versão oral foi precursora do minoxidil tópico, exatamente pelo motivo que vem sendo usado nos dias atuais, seu efeito promotor do crescimento capilar.
O efeito colateral do Minoxidil via oral é a hipertricose, caracterizada pelo aumento dos pelos do rosto e corpo, até mesmo em áreas que não são sensíveis aos hormônios. Não é o mesmo que o hirsutismo, aquele que aumenta o pelo do rosto e de algumas partes do corpo pela atividade hormonal, desequilíbrio de hormônios masculinos. O medicamento pode estimular o crescimento de pelos no corpo como um todo.
Dr Ademir cita um estudo que pode ajudar a identificar o hipertricose. “Um estudo feito por um grupo espanhol avaliou mais de 100 pacientes que usaram a medicação com dosagens variadas e constatou que a hipertricose causada pelo minoxidil se deu mais nas laterais do rosto e na região de testa próximo às têmporas, iniciando após uma média de 2 meses de uso da medicação”.
“Também relatou que o incômodo causado pela medicação foi tratado por muitos dos participantes do estudo com métodos tradicionais de eliminação de pelos como lâminas, ceras e laser depilatório. Fora isso, a redução da dose nos casos dos participantes que se incomodaram com a hipertricose foi suficiente para a melhora do quadro”, ressalta.
Em consultório, Dr Ademir reúne informações sobre o assunto com os atendimentos. Segundo ele, alguns fatores valem a pena ser compartilhados:
1- Pacientes de pele mais clara e cabelos mais escuros são as que mais se incomodam com o quadro pelo efeito estético negativo provocado pela maior diferença de tonalidades entre pele e os pelos.
2- Realmente o rosto é a região mais acometida e a primeira a apresentar o quadro, porém outras áreas também se mostram frequentemente incômodas em pacientes que não são bem triados para o uso do Minoxidil oral (em especial mulheres com certa tendência a ter mais pelos em rosto, braços, pernas e em demais regiões corporais). Braços e regiões mais pilosas por natureza, como a virilha, normalmente sofrem aumento dos pelos.
3- A interrupção abrupta da medicação é uma opção mais rápida para a reversão do problema, mas também pode causar o efeito de shedding (perda capilar volumosa e abrupta) dos fios de cabelos conquistados durante o tempo de tratamento.
4- Assim como consta no estudo, realmente a redução da dose colabora com a melhora do quadro de hipertricose, assim como reduz o risco do shedding citado acima.
5- Homens que usam a medicação se importam menos com este efeito colateral, mas quando desenvolvem sempre relatam em consulta tal aumento de pelos.
Para finalizar Dr Ademir enfatiza que “o Minoxidil oral é uma medicação segura e com baixo risco de efeito colateral desde que o paciente que a utilizará seja bem triado. Pacientes gestantes devem evitar a prescrição, e aqueles com problemas cardiovasculares devem consultar seus clínicos ou cardiologistas sobre o uso”.
“A hipertricose, é o efeito mais frequente e se torna mais desagradável na medida que a paciente tem discrepância maior entre tom de pele e cor de cabelo. Tal efeito pode ser tratado com métodos depilatórios. A redução da dosagem é a forma mais adequada de colaborar com a redução da hipertricose sem comprometer o ganho capilar”.
Vale o lembrete que o uso e a indicação do Minoxidil oral devem ser avaliados por profissionais da classe médica sob risco de interferir na no sistema cardiovascular dos pacientes e causar outros efeitos colaterais ainda mais graves que a hipertricose.
Fonte: Blog O Tricologista (http://otricologista.com/)