ABHH e Instituto Butantan mobilizam serviços paulistas para envio de plasma convalescente da COVID-19 a Araraquara/SP
Novamente em parceria com o Instituto Butantan, a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), mobilizou os principais serviços de hemoterapia do Estado de São Paulo para, emergencialmente, enviar bolsas de plasma sanguíneo de pacientes convalescentes da COVID-19, desta vez para Araraquara/SP. A cidade do interior do Estado registrou, apenas em fevereiro, um aumento no número de mortes causadas pela doença três vezes maior que em janeiro.
A ação, coordenada pela ABHH e Butantan, conta com o imediato e irrestrito apoio do Hemocentro de Ribeirão Preto, Fundação Pró-Sangue de São Paulo, COLSAN, Hemocentro da UNICAMP, H.Hemo e Hemocentro da UNIFESP, com a participação dos médicos da UNIMED Drs. Fernanda Cardoso, Reinaldo Bonfá, Antônio Carlos Durante e Prefeitura Municipal de Araraquara.
“O objetivo do uso de plasma convalescente, já praticado em outras grandes epidemias, é transferir ao paciente com COVID-19, anticorpos, de forma passiva, até que o organismo afetado tenha tempo de montar a própria resposta imune”, explica o hematologista Dr. Dante Langhi, presidente da ABHH. “Será usado para tratar os pacientes que apresentam infecção respiratória de forma moderada, com o intuito de diminuir a chance de infecção grave e dessa forma, não sobrecarregar o sistema de saúde, como o atendimento e a ocupação de leitos”, completa ao lembrar que ação coordenada semelhante foi usada para apoiar o sistema de saúde em Manaus.
Em reunião online realizada no último final de semana, a prefeitura de Araraquara anunciou que os critérios para utilização do plasma serão os seguintes: pacientes com 60 anos ou mais, com comorbidades (como diabetes, pressão alta e obesidade) e que estejam apresentando sintomas da COVID-19 até três dias antes do diagnóstico.
Desde o início da pandemia, há quase um ano, a ABHH tem voltado seus olhares para ações que possam apoiar o combate à doença, que já beira a marca de 250 mil mortes no Brasil. Além de apoiar especialistas com notas técnicas para tratamento de pacientes hematológicos e outras ações como mobilizações de campanhas de doação de sangue.
Uso de plasma convalescente
Esta não é a primeira vez que a prática é adotada em casos de grandes epidemias ou pandemias. O uso do chamado plasma convalescente já foi avaliado em outras situações semelhantes, como na epidemia por SARS, em Hong Kong; no tratamento de pacientes infectados com Ebola; na Síndrome de Infecção Respiratória por Coronavírus, do Oriente Médio; e na pandemia pelo Influenza H1N1. Em 2020, o FDA emitiu diretrizes para utilização dessa técnica em casos graves de COVID-19, orientação que foi autorizada pela Anvisa, graças à intensa atuação da ABHH.
Assim, desde 2020, o protocolo de coleta do plasma de pacientes convalescentes da COVID-19, autorizado pela Anvisa após indicação do FDA, órgão regulatório dos Estados Unidos, já é utilizado em pacientes aptos a doar sangue, que comprovadamente foram infectados pelo novo coronavírus, já assintomáticos há 14 dias, e que apresentem exame de PCR negativo para o vírus. Outro ponto fundamental que não pode ser esquecid