WhatsApp na atividade médica: vilão ou aliado?

Na última década, as redes sociais mudaram completamente a maneira como nos conectamos, recebemos e enviamos informações ao mundo, uma tendência que também inclui os profissionais da saúde, no entanto para essa classe o cuidado com as mídias sociais precisa ser redobrado. A especialista em Marketing Médico, Maeve Nóbrega explica que o uso indevido das redes sociais por esses profissionais pode ter consequências terríveis, que vão desde questões como afetar a reputação do médico, até questões legais graves.

No caso do WhatsApp, o assunto torna-se ainda mais polêmico. A interação fácil e rápida possibilitada pelo aplicativo de mensagens, popularizada pelos mais diversos segmentos e com diferentes propósitos, alcançou também o campo da consulta médica, colocando o próprio conceito de atendimento em jogo. Maeve alerta que nestes casos, o WhatsApp só pode ser utilizado para tornar o pós-atendimento mais ágil. “Como o envio de um exame, dúvidas sobre a consulta e orientações simples sobre o tratamento definido no atendimento presencial ou nas plataformas de telemedicina” – resume.

Se utilizado corretamente, a ferramenta valorizará ainda mais o médico, gerando segurança para a tomada de decisão do paciente. “Principalmente os que estão com doenças mais graves, querem ter o apoio do médico e isso, hoje mais que ontem e menos que amanhã, será a chave do sucesso, um atendimento profissional que auxilie nas decisões de tratamento e não substitua as consultas de rotina” – salienta.

Maeve reforça que a consulta deve ser feita no consultório ou por sistemas de telemedicina e que o uso da ferramenta, mesmo no pós, deve sobressair o bom senso.“O WhatsApp é um facilitador de comunicação, onde o paciente pode repassar ao médico sobre uma reação ao medicamento, adiantar um exame que fez e para orientações de como usar o tratamento” – pontua.

Quem diria a alguns anos atrás que uma ferramenta tão simples facilitaria a vida de médicos e pacientes? Mas ainda de acordo com Maeve, se não houver uma gestão de como comunicar, esse aplicativo será só mais um esforço que gerará estresse ao médico e frustração ao paciente.

A regra básica, enfim, é manter o sigilo inviolável das informações de saúde, mantendo o caráter cientifico ou clínico desse tipo de interação profissional. E para não derrapar ao sair utilizando a ferramenta de qualquer jeito, Maeve Nóbrega cita algumas dicas: “Deixe claro ao paciente que nem sempre as dúvidas poderão ser tiradas pelo App, informe que essa ferramenta não é uma consulta, que isso não pode ser feito, mas que colaborará com o trânsito de informações que existirá após a consulta; seja claro com o paciente quando passar seu WhatsApp para ele, diga como poderá respondê-lo, hora e em que situação não poderá respondê-lo prontamente e por fim, delegue a ferramenta para uma pessoa de confiança quando precisar se ausentar para não deixar o paciente muito tempo sem resposta” – pontua.

Maeve finaliza dizendo que, o médico deve utilizar dessa ferramenta para seu objetivo de crescimento: comunicar claramente com os seus pacientes e manter um posicionamento que agregue ao seu nome e fazer uma comunicação positiva para valorizar também toda sua classe de médicos.

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