Formação gratuita para empresárias e aspirantes ao empreendedorismo está com inscrições abertas
O ditado popular “a união faz a força” reflete bem o espírito das 20 voluntárias do Comitê de Empreendedorismo do Grupo Mulheres do Brasil, núcleo Curitiba, liderado pela empresária Lênia Luz. Algumas cumprem o papel de facilitadoras e outras trabalham nos bastidores para a realização do Programa “Elas Empoderam Empreendendo”.
Movidas por um objetivo comum, que é dar suporte para o público feminino que enxerga no empreendedorismo uma oportunidade para crescer profissionalmente, buscar a independência financeira e ainda uma forma de sustentar sua família, as voluntárias apresentam na capacitação tudo que aprenderam em sua trajetória profissional. “As participantes terão contato, nas aulas e em mentorias individuais, com um grupo de mulheres especialistas em diversas áreas. Chamadas de facilitadoras, elas promovem a formação de 40 candidatas que aprendem, na prática, os fundamentos básicos do empreendedorismo para alavancar seus negócios”, diz Lênia Luz.
As inscrições para a 7ª turma já estão abertas e podem candidatar-se empresárias e empreendedoras de qualquer lugar do mundo, desde que dominem o idioma português. “Por ser uma formação online, extrapolamos as fronteiras de Curitiba, onde mora nosso grupo de voluntárias, e chegamos aos rincões do Brasil. Na última edição, mulheres de vários estados participaram do curso, que teve até a participação de uma portuguesa que que morava na França. O mundo mudou com a pandemia da Covid-19 e a necessidade do distanciamento consolidou o Programa “Elas Empoderam Empreendendo” na modalidade EAD. Nós, que somos voluntárias nessa causa tão nobre, que é difundir conhecimento, fomos desafiadas pelo Coronavírus a aprender e rever o formato das nossas aulas, que saiu do presencial e migrou para o online. Aprimoramos nosso material didático e não houve nenhum prejuízo para as alunas, que ganharam mais conhecimento sem precisar sair de casa. O sucesso da nova versão é fruto do desenvolvimento da tecnologia, que encurta distâncias, e da vocação para o voluntariado de todas as facilitadoras, que não medem esforços para ajudar outras mulheres a alcançarem o sucesso profissional”, ressalta a líder do Comitê de Empreendedorismo do Grupo Mulheres do Brasil, núcleo Curitiba.
Em 2021, o trabalho das voluntárias curitibanas, de alto impacto social, inspirou profissionais de outros estados e, em Recife, a primeira turma do curso “Elas Empoderam Empreendendo”, com a participação de 50 mulheres, está quase no final. Outro grupo de brasileiras, no Rio de Janeiro, está analisando a adoção do mesmo modelo. Lênia Luz também está em contato com mulheres do Canadá, Estados Unidos e Alemanha, que querem exportar para seus países a metodologia das paranaenses.
Formação gratuita
Podem se inscrever no curso “Elas se Empoderam Empreendendo” mulheres que já tem um empreendimento formalizado, aquelas que trabalham na informalidade ou ainda que desejam empreender. Com duração de 12 semanas, o Programa é online para atender a medida do distanciamento social, por conta da pandemia da Covid-19. As aulas acontecem todas às terças-feiras, das 19 às 21 horas.
As inscrição para o Programa “Elas Empoderam Empreendendo” pode ser feita exclusivamente por meio do link http://tiny.cc/inscricao-turma7. O processo de seleção será feito pelas facilitadoras voluntárias do programa e o curso será 100% gratuito para todas as aprovadas no processo seletivo. Serão disponibilizadas 40 vagas. As aulas vão de 9 de março até 25 de maio.
O curso é dividido em dez módulos. Os temas abordados em cada um deles melhora o desempenho das mulheres empreendedoras, encorajando-as a encararem o desafio de empreender com mais conhecimento e informação. São eles: Autoliderança e Empoderamento; Bem-estar; Parceria e Sociedade; Marca, Divulgação, Redes Sociais; Organização do Tempo e Processos; Precificação e Controle Financeiro; Modelo de Plano de Negócios (Canvas); Plano de Negócios em prática e Inovação; Vendas e Marketing Pessoal e Técnicas de Apresentação de PITCH (on e offline).
Além de receberem um Certificado de participação assinado pelo Comitê de Empreendedorismo do Grupo Mulheres do Brasil e aprenderem a gerir melhor o próprio negócio, o Programa “Elas Empoderam Empreendendo” possui outros benefícios, na visão de Lênia Luz. “Além da construção de uma rede de networking, que é muito importante no universo do empreendedorismo, as participantes terão acesso a modelos práticos de negócios para facilitar a estruturação das suas empresas e/ou ideia de negócios e o desenvolvimento da autoliderança”, diz.
O empreendedorismo feminino
De acordo com a última edição do levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizado com 49 nações, o Brasil contempla mais de 24 milhões de empresárias tocando negócios próprios, gerando empregos e movimentando a economia. Esse número coloca nosso país em sétimo lugar no ranking mundial de mulheres empreendedoras.
O relatório da GEM traz ainda outras informações importantes sobre o retrato do empreendedorismo feminino no Brasil. Segundo o levantamento, por precisarem conciliar a maternidade, os afazeres domésticos e o trabalho, há uma desistência maior das mulheres que se colocam à frente do próprio negócio na comparação com os homens.
Lênia Luz avalia que são muitos os motivos que ajudam a explicar os números que revelam o perfil das mulheres empreendedoras brasileiras, desenhado pela pesquisa da GEM. “Se no universo corporativo o preconceito contra a mulher é visto nas diferenças salariais e na baixa ocupação dos cargos de liderança, quando falamos de empreendedorismo feminino notamos que elas esbarram na dificuldade de conciliar os lados pessoal e profissional. O rendimento de muitas mulheres é inferior na comparação com os homens por conta da impossibilidade de se dedicarem integralmente ao próprio negócio. Como aponta a pesquisa da GEM, enquanto os homens dedicam, em média, 37,5 horas ao negócio, as mulheres trabalham 30,8 horas. A justificativa é simples: muitas delas precisam se desdobrar para dar conta da administração da empresa e dos cuidados com a casa e com os filhos”, observa Lênia Luz.