A logística da vacina: sensores controlam a temperatura das doses no caminho do laboratório até o paciente

Com campanhas de vacinação em andamento ou começando ao redor do mundo, a logística do transporte das doses se tornou um desafio para os governos, já que algumas vacinas requerem ultracongelamento (temperaturas abaixo de -70 ° C), outras congelamento (menos de -20 ° C) e outras necessitam de refrigeração.

“Como a vacina pode sofrer alterações ao ser exposta ao calor, é fundamental controlar sua temperatura constantemente, se assegurando de que ela mantenha sua integridade. Caso contrário, ela deve ser descartada”, analisa o gerente de suprimentos da Zebra Technologies para América Latina, Daniel Vargas.

Os impactos da cadeia de frio no processo de vacinação podem ser imensos. Cerca de três bilhões de pessoas ao redor do mundo não têm acesso aos recursos necessários da cadeia do frio para o suprimento da vacina, indica a empresa alemã DHL, especializada em logística[1]. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima em 50% o volume de vacinas que chegam comprometidas ao seu destino, principalmente por falhas no controle de temperatura[2].

As vacinas autorizadas pela Anvisa a serem administradas no Brasil, até agora, precisam ser guardadas entre 2°C e 8°C — a temperatura de geladeiras comuns. Apesar dos desafios logísticos neste caso serem menores do que para as vacinas que demandam temperaturas mais baixas, o monitoramento da refrigeração das doses deve ser feito ao longo de toda a sua cadeia fria, desde sua saída do laboratório até o paciente.

Sensores

Para evitar desperdício, os frascos de vacinas devem ser identificados individualmente com sensores de controle de temperatura, a fim de monitorar se cada uma das amostras foi corretamente manipulada ou se foi comprometida e deve ser descartada. Além disso, também é necessário monitorar os lotes como um todo, permitindo identificar se o carregamento manteve as condições necessárias para a eficácia da vacina.

Tecnologia já é utilizada há anos pelos setor

“Os identificadores que monitoram as cadeias de frio não são uma novidade causada pelas vacinas de COVID-19. A tecnologia tem sido utilizada pelo setor de saúde há muitos anos, para monitorar não apenas vacinas, mas também medicamentos e outros insumos hospitalares”, reflete Vargas. A empresa americana oferece essa tecnologia e está apoiando países como Estados Unidos, Canadá e México na vacinação contra a COVID-19.

Uma das tecnologias mais eficazes, conhecida como data loggers, é baseada em sensores eletrônicos que enviam informações de temperatura para uma plataforma de coleta e análise de dados. Caso a vacina não tenha sido mantida na temperatura adequada ou tenha sido violada, o identificador gera um alerta.

“Para maior segurança, é importante identificar vacinas com sensores bluetooth, que permitem o acesso às informações sem a necessidade de abrir os recipientes. Da mesma forma, para maior eficiência, a plataforma de gerenciamento de dados deve ser capaz de fornecer informações em tempo real e na nuvem, sem que o usuário tenha que baixar relatórios em Excel ou PDF. Por fim, a aplicação de dados poder ser customizada de acordo com a necessidade do produto transportado”, comenta Vargas.

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