Poesia

Às vezes voltamos no tempo e abrimos aquele baú esquecido em algum lugar remoto dentro de nós e entre tantas boas lembranças, recordamos das poesias que deixamos lá e que “falavam” o que sentíamos. Algumas calavam tão fundo, que pensávamos que o poeta era nosso amigo e confidente, pois tratava das nossas sensações como se delas fizera parte.
Mas, não !
Víamos o poeta como um ser que transcendeu os limites da sensibilidade, do amor, da emoção, da dor…
E fizemos nossas, suas palavras.
Quantas vezes repetimos versos de algum poema que ficou gravado na nossa memória ?
E, meu Deus, como éramos dramáticas !
Éramos ?
Que os momentos que nos levaram a transcrever alguns trechos, sejam lembrados com a mesma serenidade, e que não nos distanciemos daquela pessoa sonhadora, que deitada, com o olhar perdido e um sorriso escancarado no rosto, sonhava com a possível concretização de um sonho.
Mas, também tinha aquela que nos fazia chorar rios de lágrimas e que nos levava a pensar que o mundo havia desabado sobre nós.
Que nada !
Tudo passa !
Tudo muda !
Coisas da juventude.
Particularmente, ficou uma que até hoje não consegui definir :

“Que dias há que n’alma me tem posto um não sei quê,
que nasce não sei onde, vem não sei como e dói
não sei porquê…*

Seria saudade ? Tristeza ? Incerteza ?
Se alguém decifrar, por favor, me explique… e voltemos à poesia, para continuarmos com os sonhos !

* Soneto (amor um mal) de
Luiz Vaz de Camões, poeta português

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar