TPM pode ser doença?
Para quase toda mulher, pelo menos uma vez por mês, ela aparece trazendo alterações de humor, excesso de emoção, estresse e sentimentos quase que incompreensíveis. O nome disso? TPM ou transtorno pré-menstrual. Causado pelas alterações hormonais advindas do processo que o corpo passa para que a menstruação ocorra, a TPM pode causar sintomas físicos e emocionais, gerando inchaço corporal, ganho de peso e cólicas, além de tristeza sem motivo, ansiedade, irritabilidade e até falta de atenção. Por ser uma companheira já bastante habitual das mulheres no período fértil, a TPM costuma ser identificada e superada com facilidade, mas, em alguns casos, os sintomas geram incapacidade para a realização de atividades do cotidiano, passando de uma TPM comum para se apresentar como TDPM, ou seja, transtorno disfórico pré-menstrual.
De acordo com estudos, entre 75 e 95% das mulheres em idade reprodutiva passam pelas alterações físicas ou comportamentais no período que antecede a menstruação, chamado de fase lútea. Porém, cerca de 3 a 8% dessas mulheres sentem os efeitos de forma exagerada, podendo ter prejuízos na vida social, no trabalho e/ou nos relacionamentos. É aí que se pode identificar o TDPM.
O diagnóstico pode ser feito por um médico ginecologista, que poderá acompanhar possíveis alterações de ordem ginecológica ou, ainda, por um psiquiatra, que será capaz de avaliar se os sintomas, mesmo que temporários, estão causando algum tipo de impedimento ou prejuízo na vida da paciente. Segundo a médica psiquiatra Regiane Kunz Bereza, o reconhecimento do transtorno é importante para que o tratamento adequado seja viabilizado.
“Mesmo que não haja sintomas suficientes para caracterizarem o transtorno disfórico, se a paciente perceber que o período pré-menstrual gera algum tipo de impossibilidade ou incapacidade, atrapalhando situações rotineiras, é possível buscar tratamento. Afinal, se não tratados, esses sintomas podem gerar um quadro de prejuízos funcionais tão importante quanto o que ocorre em uma depressão, por exemplo”, indica a psiquiatra.
Doutora Regiane Kunz Bereza é médica psiquiatra e alerta: “É importante que as mulheres se sintam amparadas”.
Para o tratamento, diversas abordagens são possíveis, mas a mais comum é a administração de antidepressivos, que pode ser de forma contínua ou apenas durante o período crítico, que seria a fase pré-menstrual, a depender da resposta da paciente diante da medicação.
“É óbvio que as mudanças de estilo de vida, com melhora na qualidade da alimentação e atividades físicas também devem ser muito incentivadas, pois elas têm um efeito interessante em diminuir os sintomas físicos e, também, os relacionados à ansiedade. O importante é que as mulheres se sintam amparadas e saibam que, em casos de TPM acentuada, é possível buscar uma solução”, conclui a médica.