A lacuna de habilidades nos estados brasileiros
Recentemente, a Udemy, o maior destino do mundo para cursos online, lançou o Relatório Global Lacuna de Habilidades 2019/2020, sobre o que os profissionais brasileiros e de outros quatro países (Índia, México, Espanha e França) acham das suas próprias competências, da qualificação dos seus pares e do mercado de trabalho.
Um dos principais achados do estudo é que o Brasil é o país em que mais profissionais consideram que existe uma lacuna de habilidades no mercado de trabalho nacional. 94% dos trabalhadores em tempo integral que responderam à pesquisa disseram acreditar nisso, enquanto a média global foi de 83%.
Os brasileiros também estão entre os profissionais que mais se sentem pessoalmente afetados por essa lacuna (75% deles responderam afirmativamente), apenas ficando atrás dos trabalhadores indianos (com 76%).
A pesquisa foi feita pela empresa sueca CINT com mais de 5.000 trabalhadores em tempo integral maiores de 18 anos nos cinco países (cerca de 1.000 trabalhadores por país).
Neste press release, a Udemy divulga dados do mesmo relatório por estado – para seis estados (Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo) e o Distrito Federal. Veja a seguir.
Lacuna de habilidades
Os profissionais da Bahia são, dentre os estados pesquisados, os que mais acreditam que exista uma lacuna de habilidades no país – 99% deles responderam que acham isso. Em segundo lugar, ficam empatados os profissionais de Minas Gerais, Paraná e São Paulo, com 97%. Os profissionais mais otimistas sobre esse assunto são os fluminenses: 92% deles, um número consideravelmente menor, acreditam que há uma lacuna de habilidades no Brasil.
Já quando perguntados se se sentem diretamente afetados por essa lacuna de habilidades, os profissionais mais preocupados são os do Distrito Federal e do Rio de Janeiro – nos dois casos, 80% dos profissionais responderam que sim à questão. No Rio Grande do Sul, estão os trabalhadores mais confiantes – apenas 63% deles disseram se sentir diretamente atingidos.
Principais recursos para adquirir competências
A maior parte dos brasileiros prefere os cursos e vídeos online para aprender novas habilidades. No Brasil como um todo, 47% dos profissionais dão preferência a esses recursos. Em seguida, ficam os treinamentos patrocinados pelas empresas, com 31%, e os livros (físicos, eBooks e audiolivros), com 10%.
Dentre os estados pesquisados, isso não é muito diferente – apenas os trabalhadores do Rio de Janeiro não têm como principal fonte de aprendizado os cursos e vídeos online, sendo que 39% deles recorrem principalmente a treinamentos patrocinados pelas empresas e 38% preferem os cursos e vídeos online.
No entanto, em todos os outros estados estudados, os cursos e vídeos online ficaram em primeiro lugar. Os profissionais da Bahia e do Distrito Federal se destacam – em ambos os estados, 52% dos trabalhadores preferem os cursos e vídeos online. Em segundo lugar, 51% dos profissionais mineiros dão preferência para esse tipo de aprendizado.
Conhecimento conquistado na universidade
Outra questão abordada pela pesquisa foi se as universidades oferecem ou não as competências necessárias para os profissionais serem eficazes nos seus trabalhos. No Brasil como um todo, 67% dos trabalhadores concordaram que a universidade não dá as habilidades necessárias. Dentre os estados pesquisados, São Paulo é onde os profissionais estão mais descontentes com o ensino superior – 72% dos profissionais paulistas acreditam que a universidade não proporciona essas competências.
Pares e competição no mercado de trabalho
Quando o assunto são os seus pares de trabalho, 58% dos profissionais do Brasil como um todo acreditam que quem faz aulas online para aprender novas habilidades é mais qualificado que os colegas. Esse número é ainda maior na Bahia e em São Paulo – nos dois estados, 62% dos trabalhadores concordam com isso.
Dentre os estados estudados, apenas os trabalhadores do Paraná não acreditam, em sua maioria, que quem faz aulas online é mais qualificado que os seus pares. No estado, 61% dos trabalhadores acreditam que quem faz aulas online é tão qualificado quanto os seus colegas, enquanto 33% dizem que quem faz aulas online é mais qualificado.
Sobre o mercado de trabalho, 97% dos brasileiros estão de acordo que a competição no trabalho e para conseguir um novo emprego é tão grande que é preciso se qualificar para ter sucesso. Na Bahia, essa porcentagem é ainda maior, 98%.
Preocupação com o futuro, a automação e a inteligência artificial
Os profissionais do Brasil como um todo – e em todos os estados pesquisados – acreditam que as habilidades estão mudando tão rapidamente que as suas próprias competências atuais estão se tornando obsoletas. Enquanto 85% dos trabalhadores do Brasil como um todo concordam com isso, há porcentagens ainda maiores dentre os estados pesquisados. No Paraná, 94% dos profissionais estão de acordo com a afirmação – sendo o estado com a porcentagem mais alta. Em segundo lugar, fica a Bahia, com 88%.
Os trabalhadores também se mostram preocupados com a competição com tecnologias como a automação e a inteligência artificial. No Brasil como um todo, 56% dos profissionais disseram concordar que a automação e a inteligência artificial serão capazes de fazer os seus trabalhos nos próximos cinco anos. No Distrito Federal e no Rio de Janeiro, as porcentagens são ainda maiores, 58% e 57%, respectivamente.
Capacitação promovida pelas empresas
No Brasil como um todo, 71% dos profissionais disseram que os seus empregadores oferecem programas de treinamento. O Rio de Janeiro foi o estado em que mais trabalhadores disseram que as suas empresas fornecem capacitação, com 79%. O Distrito Federal ficou com a menor porcentagem, 58%.