Israel consolida posição de liderança mundial na vacinação contra o coronavírus
A vacinação contra o novo coronavírus já começou em diversos países do mundo. Quem aparece como líder do movimento internacional é Israel, que vem se destacando pela agilidade e pelo sucesso da campanha: até o início de janeiro, o país já vacinou 20% de seus habitantes, número muito acima das demais nações. Em pouco mais de duas semanas, Israel iniciou a imunização de mais de 1,5 milhões de habitantes. O país encaminhou as negociações com fornecedores de vacinas ainda na metade de 2020, e fez um novo acordo com a Pfizer para até o final de março vacinar todos os seus cidadãos com mais de 16 anos, “ou ainda antes”, segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
“A importância da vacina é fundamental, e dentre as inúmeras preocupações e esforços na área de segurança em Israel, a saúde de sua população é máster”, diz André Lajst, cientista político e diretor-executivo da ONG StandWithUs Brasil, uma organização internacional de educação sobre Israel. Os israelenses definiram a vacinação como prioridade nacional, e atualmente contam com um ritmo de imunização de mais de 150 mil pessoas por dia. O primeiro imunizado foi Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro do país, que tomou a dianteira para encorajar a população a se vacinar.
“É importante para mim que todos nós e o público árabe do Estado de Israel sejamos vacinados rapidamente, isso é importante porque se trata de salvar vidas e só então poderemos voltar à vida normal”, disse o primeiro-ministro. Para André Lajst, a postura de Israel pode ser vista como um modelo para o Brasil, tanto na abordagem prioritária e na conscientização da população para a importância da vacina, quanto para os esforços de distribuição e aplicação eficaz da imunização em todos seus cidadãos.
“As acusações que vemos em alguns veículos noticiosos de que Israel está negando a vacinação aos palestinos é mentirosa e falsa”, ressalta André. Ele explica que Israel possui um sistema público de saúde a todos seus cidadãos. Os palestinos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia não são cidadãos israelenses, são cidadãos palestinos sob o comando da Autoridade Nacional Palestina, reconhecida como autogoverno por 137 países.
Existem 2 milhões de muçulmanos em Israel e 300 mil palestinos que residem em Jerusalém Oriental e possuem residência em Israel. Todos estão sendo vacinados, assim como os judeus israelenses. “Não há qualquer discriminação quanto à nacionalidade ou religião. Brasileiros não serão vacinados na Argentina. Canadenses não serão vacinados nos EUA, esta é a regra geral”, afirma André, e complementa: na verdade, Israel já vacinou mais palestinos do que o Líbano, que tem a maior população de refugiados palestinos do Oriente Médio, os quais moram em campos de refugiados cercados sem direitos civis, e do que a Jordânia, onde 80% da população é de origem palestina. Além disso, Israel doou milhões de dólares e toneladas de produtos para combater a pandemia para a Autoridade Palestina. “O Ministério da Saúde palestino não solicitou ajuda de Israel na compra ou na aplicação da vacina à sua população e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, jamais concordaria em solicitar nada aos israelenses, nem mesmo vacinas para sua população”, afirma.
As autoridades israelenses esperam que, com a imunização em massa, este seja o último lockdown do país. Assim, o governo israelense pretende que, até março, seja estabelecido o controle sobre a situação de emergência, estado declarado no início da pandemia. Dentre as propostas estudadas pelo governo está a abertura de postos de vacinação 24 horas por dia, sete dias por semana, visando acelerar ao máximo o processo de imunização.
O sucesso da vacinação israelense é uma combinação de negociações precoces, prioridade de investimento nas vacinas, acordos com mais de um fornecedor, uma liderança política engajada na causa, a conscientização da população e redução das resistências, e o emprego de logística e tecnologia avançadas.