Relacionamento abusivo: O que é?

Veja aqui como identificá-lo, proteger-se e ajudar quem está perto de você

Um relacionamento abusivo pode se desenvolver de diversas maneiras. Afinal, existem vários tipos de abusos e muitas vezes essa variedade e a subjetividade tornam difícil o reconhecimento de uma relação como tal.

Contudo, é possível afirmar que as relações de cunho abusivo geralmente seguem um padrão relacionado à manipulação e ao controle da outra pessoa.

Não necessariamente sempre se valem de agressões físicas, sendo mesmo mais comum que o abusador se valha de violência psicológica.

Outro ponto importante que se deve ter em mente quando se fala em relacionamento abusivo é que ele não é exclusivo das relações românticas.

Ele está presente em todos os tipos de interações humanas, incluindo amizades e relacionamentos familiares.

Uma vez que ele está presente em tantos lugares e age de formas diferentes, é muito importante conhecer como esses tipos de relacionamentos se desenvolvem.

A partir disso, então, o reconhecimento deles se torna mais fácil, bem como a reversão do quadro de abuso para a colocação de um basta, e o início de uma recuperação e retomada da própria vida.

 

Fases de um relacionamento abusivo

Geralmente os relacionamentos de natureza abusiva seguem um padrão composto, por sua vez, de fases que podem ou não ser bem distintas. Então, é crucial conhecê-las, uma vez que quanto antes a relação foi reconhecida como tóxica, menores são os traumas causados às vítimas.

Na primeira fase de um relacionamento tóxico e de natureza abusiva é comum que a violência seja velada.

Portanto, aqui ela se limita à “conselhos” que beneficiam o abusador, ordens que são “apenas para o seu bem”, manipulação quanto ao posicionamento social, religioso, moral, financeiro, cultural e até familiar de uma “pessoa direita”.

Quando o abusador compreende que tem a vítima em suas mãos, a agressão verbal e psicológica se torna mais intensa, podendo se valer de diversas armas. Por exemplo, xingamentos e humilhações costumam se manifestar nesse momento.

Outros comportamentos típicos são crises de ciúmes com gritos, socos na parede, portas batidas, objetos quebrados. É nesse momento que tem início a manipulação e a tentativa de controle.

A violência, nessa fase, pode ocorrer pelos motivos mais banais possíveis, como o uso de determinada roupa, maquiagem, ir trabalhar, ou ir à academia, amizades, contatos e o simples fato de manter sua liberdade de ir e vir.

Nesse momento o agressor também costuma assumir o papel de vítima, o que atormenta ainda mais quem realmente precisa de ajuda.

A segunda fase, por sua vez, é marcada pelo uso da violência física. Portanto, esse é o momento em que as atitudes veladas são deixadas de lado e substituídas por marcas.

O relacionamento abusivo entra no seu momento mais delicado aqui, quando pode resultar em marcas pelo corpo, ossos quebrados entre outras conseqüências.

Por fim, a última fase é quando o agressor, vendo que está perdendo o controle sobre a vítima, demonstra comportamento diferente.

Assim, permanece por um período (conhecido como “Lua de mel”) se manifestando de maneira carinhosa e reconquistando a vítima. Entretanto, o comportamento violento torna a se mostrar a qualquer momento, e não demora!

O relacionamento abusivo, portanto, costuma ser acompanhado de ciclos. É preciso que eles sejam quebrados a fim de que a vítima possa se reconstruir emocionalmente e traçar um novo rumo para sua vida, enquanto ainda pode.

Para isso é preciso não apenas saber reconhecer esse tipo de relação, mas também apoiar e reconhecer a força de quem tenta sair dela. Nunca julgue a vítima, a culpa é sempre do agressor!

Carla Fonseca.

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