Bezendeira moderna: em tempos de rede social prática de benzer é adaptada ao universo online

Faz parte da infância de muita gente a imagem de uma avó ou deuma tiaque benzia ou que conheciam benzedeiras. A sensação de receber um sinal da cruz pequeno na testa está na memória de muitas pessoas que não necessariamente seguiam ou seguem alguma religião. E recorria-se a essa ajuda quando uma pessoa, adulta ou criança, andava meio doente sem causa aparente, com muitos azares na vida, desmotivada ou com o chamado “quebranto”. “O benzimento é uma ciência ancestral, uma ferramenta de cura tradicional em diversas culturas e tem como objetivo remover traumas, doenças e promover limpeza e proteção” – resume a mística e espiritualista Kélida.

Com mais de 775 mil inscritos no seu canal no Youtube, 33 mil seguidores no instagram e quase 20 mil seguidores no Facebook, Kélidaé o que podemos chamar de benzedeira moderna. Totalmente fora daquele estereótipo das velhinhas em trajes puídos em casebres escuros com dizeres sussurrantes, na era da tecnologia, Kélida é antenada e tanto em vídeos nas redes sociais quanto em lives ao vivo a mística promove verdadeiros mutirões de pessoas interessadas na prática, tudo de forma voluntária e online.

A especialista que atua unindo corpo, mente e espírito, sempre com um pouco de magia é pioneira em promover ações de cura e limpeza espiritual no seu canal no YouTubemesmo quando o mundo não era online. “Comecei a realizar ritos espirituais pela Internet e agora, mais do que nunca, sigo com a minha missão oferecendo sessões online de benzimento e vigílias, permitindo que as pessoas continuem alcançando aquilo que desejam, dentro dos seus lares, em segurança. Além disso, hoje em dia é muito difícil encontrar benzedeiras, a cultura se perdeu e a tradição está ficando para trás e assim eu consigo atingir pessoas ao redor do mundo que sentem falta desse trabalho” – garante.

E por mais que muitas pessoas associem a prática ao catolicismo, o benzimento tem origem anterior à religião e não existem informações que documentem a data de seu surgimento. A especialista explica que, para ser um benzedor, é necessário passar por um rito de iniciação, que varia de acordo com a tradição. “Mas independente da iniciação, acredito que a arte de benzer não se aprende, floresce” – defende a mística.

Embora a imagem de quem benze seja a de uma senhora de cabelos brancos com um ramo de ervas nas mãos, a nova geração de benzedores mostra que não existem fronteiras para a cura, sejam elas internas ou físicas.  E para Kélida, cobrar por um benzimento é algo totalmente desleal. “O benzimento é um ato de amor e fé, jamais deve ser cobrado! Mas se mesmo assim a pessoa que está recendo a benza deseja pagar sempre sugiro que ela abençoe uma pessoa que está precisando, seja com alimentos ou outro recurso. Lidar com o benzimento é praticar o ato de servir” – finaliza a benzedeira.

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