Dia Mundial da Pneumonia: doença é a principal causa de morte em crianças com até 5 anos

Proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial da Pneumonia, lembrado em 12 de novembro, tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção da doença, que segue sendo a principal causa de morte em crianças de até 5 anos. Nesta data, o Hospital Pequeno Príncipe reforça aos pais, cuidadores e responsáveis a necessidade de ampliar os cuidados, sobretudo por conta da pandemia do coronavírus.

Estima-se, de acordo com dados do Unicef e de instituições como a Save the Children e Fundação Bill & Melinda Gates, que uma criança com idade inferior a 5 anos morra a cada 39 segundos no mundo por conta da doença, sendo que em 2019 foram mais de 800 mil óbitos de meninos e meninas nessa faixa etária. “As crianças de baixa idade apresentam um sistema imunológico deficiente, pois ainda não tiveram contato com todas as bactérias e vírus presentes no meio ambiente e, consequentemente, ainda não apresentam anticorpos contra esses micro-organismos. E a forma mais rápida de estimular a produção desses anticorpos é a vacinação”, explica o médico pneumologista do Hospital Pequeno Príncipe, Paulo Kussek.

De acordo com um estudo da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, a ampliação dos serviços de tratamento e prevenção da pneumonia, considerada uma “epidemia esquecida”, pode salvar a vida de 3,2 milhões de crianças de até 5 anos no planeta. No total, englobando outras doenças, esse número pode chegar a 9 milhões.

No combate ao coronavírus, a atenção de profissionais da saúde e dos familiares deve ser redobrada. “Com a pandemia, tanto os profissionais de saúde quanto os cuidadores pensam somente se é ou não COVID-19, doença que ainda apresenta tratamentos controversos, mas esquecem de outros micro-organismos que acometem o trato respiratório, sendo as bactérias a principal causa da pneumonia e, dessa forma, havendo a necessidade do uso de antibióticos para seu controle”, completa Kussek.

Doença

A pneumonia é uma infecção nos pulmões provocada por bactérias, vírus ou fungos. O Streptococcus pneumoniae é o agente causador em 60% dos casos. Embora a taxa de mortalidade da pneumonia esteja em queda (redução de 25,5% entre 1990 e 2015), a quantidade de internações e o alto custo do tratamento ainda são desafios para a saúde pública e a sociedade como um todo.

Entre outros fatores, são condições de risco para a pneumonia na infância: baixo peso ao nascimento ou por desnutrição, encurtamento do tempo de aleitamento materno, sobretudo nos seis primeiros meses de vida, e poluição ambiental. Vale registrar ainda as baixas condições de higiene domiciliar em boa parte dos lares do país.  “Os principais sintomas de alerta de gravidade são respiração rápida, febre que persiste por mais de 48 horas, apatia mesmo na ausência de febre e, nas crianças maiores, dor torácica e gemência”, avalia o médico pneumologista Paulo Kussek.

Você sabia?

* A vacinação é a forma mais eficiente de prevenção da pneumonia bacteriana em crianças. O Calendário de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda a administração de duas doses da vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) aos 2 meses e aos 4 meses, além de uma dose de reforço aos 12 meses. A vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) está disponível gratuitamente nos postos de saúde para crianças menores de 5 anos.

* Fumar perto das crianças contribui para o desenvolvimento da pneumonia infantil.  De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 700 milhões de crianças no mundo são vítimas do fumo passivo, ou seja, estão mais sujeitas a diversas doenças como a pneumonia. No Brasil, as crianças são 40% das vítimas do fumo passivo, pois a inalação da fumaça provoca uma reação inflamatória nas vias aéreas predispondo a infecções oportunistas.

* Alerta: qualquer pessoa, independentemente da idade, pode ter essa infecção apenas uma vez. Se houver repetição, indica a presença de outra doença não diagnosticada. A asma, também chamada de bronquite, pode simular sintomas parecidos com os da pneumonia. Nesse caso, quando diagnosticada e tratada, a criança deixa de ter esses quadros.

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