Por que evoluir é preciso?
Dia desses não sei por que razão (sempre há uma razão na verdade), lembrei de um filme chamado Feitiço do Tempo, protagonizado por Bill Murray.
Pois o personagem principal é um repórter que tem a grande missão de fazer uma matéria para a TV sobre o Dia da Marmota, uma tradição americana local. Quando o repórter tenta sair da cidade, uma tempestade o impede. O pior estava por vir. No dia seguinte, ele está novamente no Dia da Marmota. E de novo, de novo e de novo.
Você está preso no mesmo dia na pandemia?
A cada dia que passa, ele revive o mesmo dia. No entanto, ele passa a evoluir, melhorar a si mesmo, amar o outro e esse autoconhecimento fala muito para nós. Embora o filme seja de 1993, ele é muito atual, porque em tempos de pandemia os dias parecem sempre iguais, não havendo mais aquela expectativa pelo feriado ou pelo fim de semana, concorda?!
E há pessoas que estão presos no tempo, fazendo tudo sempre tudo igual. Sem evoluir. Mas o que pode ser considerado evoluir? É algo muito particular a cada um, porque diz respeito ao crescimento de cada um nessa vida.
Evoluir é para os fortes
Confesso para vocês que sempre fui criticada por ser uma eterna buscadora. Talvez essa seja uma das características das pessoas que querem evolução. Elas não se contentam com a zona de conforto. Elas incomodam quem está nesse Dia da Marmota.
Acredito que evoluir é para os fortes. E sabe por quê? Nem sempre vamos gostar do que descobrimos sobre nós mesmos. Um exemplo que é engraçado e aconteceu durante um retiro de Meditação Vipassana que fiz. Sim, daqueles retiros em que você não fala com ninguém por 10 dias.
Pois bem. Em um momento crucial, eu sentia ânsia, enjoos. E deixei a sala de meditação. Ato seguinte eu me joguei literalmente no chão do lado de fora. Fiquei ali por alguns momentos. Até que abri os olhos e não havia ninguém me olhando. Sabe o que descobri nesse episódio? A vitimização, aquele estado de “Hardy, oh céus, oh vida”.
Vitimização e os seus ganhos secundários
Naquele momento levei um tapa da cara. Fiquei frente a frente com a minha situação de vítima, que só se sustenta porque há ganhos. Sim, quem tem forte vitimização precisa de plateia. E naquele momento eu não tinha ninguém para ver o que estava se passando comigo, me dando carinho, um colo? Fichas caindo aí? Espero que sim.
Para mim, evoluir é isso. Ver o que você joga para debaixo do tapete. E vai acumulando com o passar dos anos. Porém, um dia ou outro é chegada a hora da faxina. Então por que adiar? Como idealizadora da plataforma Consonare, (INSERIR HIPERLINK www.consonare.com.br) eu me deparo constantemente com pessoas que relutam em buscar autoconhecimento.
Tudo bem, cada um tem seu tempo. Mas esse tempo é finito, sabia? E quanto mais cedo acontecerem as descobertas parecidas com aquela que descrevi, melhor será para sua evolução – de si, das pessoas que convivem com você e até do planeta.
Na pandemia e na pós-pandemia, é possível se priorizar. Olhar para dentro e buscar o que há tempos incomoda e pedir ajuda. Ah, sim, pedir ajuda é uma das coisas mais difíceis para as pessoas. Na verdade, para o ego.
Você é merecedor de pedir ajuda
Pessoas que não pedem ajuda em geral não se acham merecedoras de pedir ajuda. E mais uma vez outra história recente que aconteceu comigo sobre merecimento. Participei de uma maratona (que não é Netflix) de inteligência emocional.
Passados alguns dias, recebi um presente de uma amiga. E na mesma hora eu disse: “É pra mim? Não mereço”. Olha aí como o não-merecimento estava enraizado em mim? Na mesma hora retifiquei: “Mereço, obrigada, e aceito”. Já aconteceu algo semelhante com você? Mais uma para contabilizar como evolução.
Agora eu deixo aqui um desafio: faça uma lista de coisas pequenas, grandes ou sutis que te incomodam. Analise como você pode ressignificar determinada experiência e como isso evoluir, tornar-se uma pessoa diferente de hoje e amanhã diferente de quem fomos ontem.
Agora respondendo à pergunta do título: é preciso evoluir para que possamos deixar essa carcaça chamada corpo com a consciência expandida. Ela é a única bagagem que realmente levamos adiante para quem, assim como eu, acredita em vidas passadas, vidas paralelas e simultâneas e em diversas dimensões. Evoluir é o nosso legado a nós mesmos e à humanidade. Fora disso não há salvação.