Mastectomia com e sem esvaziamento, qual a diferença?
O Outubro Rosa chegou para avisar que o autoexame e a rotina clínica não podem parar. Todos os anos, a sociedade médica se dedica para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, que é o mais incidente entre as mulheres do mundo todo. São mais de 2 milhões de casos por ano. Estima-se que no Brasil serão diagnosticados 66.280 casos novos em 2020.
Entre as brasileiras, o câncer de mama é a neoplasia que mais mata. Dados recentes apontam uma taxa de mortalidade de 13,84 óbitos por 100 mil mulheres. As regiões Sul e Sudeste apresentam os maiores números, com 14,64 e 14,76 óbitos por 100 mil, respectivamente.
O Centro de Oncologia do Paraná segue alertando para os riscos às mulheres, mas, com agilidade e precisão nos tratamentos, comemora a vida a quem a trajetória deixou marcas de uma batalha árdua, mas vencida.
Com o diagnóstico em mãos, Paola logo iniciou o tratamento. O medo fez parte do processo, principalmente porque à época seu filho não tinha dois anos completos. Mas com o apoio dos pais e do marido, ela enfrentou com esperança as 20 sessões de quimioterapia anteriores à cirurgia.
“Confesso que senti um alívio quando fiz a cirurgia, a parte doente de mim foi embora. As cicatrizes que tenho hoje levo como símbolo da minha vitória”, disse Paola. Ela fez também imunoterapia e radioterapia e continua com a terapia hormonal, prevista por cinco anos.
A mastectomia radical a que foi submetida ainda traz algumas angústias, principalmente no período dos exames de controle, mas ela segue bem e saudável. A paciente garante que o acolhimento médico é remédio durante todo o processo. “Grande parte da minha confiança no tratamento foi pela segurança que os médicos me passaram”.
Sandra Machado é outra paciente que compartilha a sua história. Ela, que chegou a criar um blog para ajudar outras mulheres na mesma condição, apegou-se a fé e enfrentou tudo com grande otimismo. “Pensei que o que tivesse que ser feito eu faria e o resto colocaria nas mãos de Deus. Em nenhum momento pensei que morreria ou deixaria minha família”, contou.
Diagnosticada aos 44 anos, ela descobriu o câncer devido a sintomas característicos de mastite, o que ela já havia experimentado 17 anos antes, à época da amamentação. Mama pesada, volume aumentado e pele avermelhada. Mas, após a biópsia, veio a informação: câncer em estágio avançado.
A primeira pessoa a saber foi a sua filha e depois todos do seu convívio. E este é o conselho que ela dá a todas as mulheres que passam por este momento: “Procure contar com sua família, seus amigos. Não tenha vergonha de pedir ajudar, de falar que está frágil. A ajuda vem das formas mais inesperadas”.
A mastectomia radical feita em novembro de 2018 continua sem reconstrução. Após a cirurgia, a paciente tem um período de 5 anos para fazer o implante, mas não é o que Sandra planeja. Ela assegura que se sente confortável com o corpo assim.
Causas do Câncer de Mama
O câncer de mama pode ser desencadeado por diversos fatores (ambientais, hormonais e comportamentais), sendo somente de 5% a 10% dos casos genéticos ou hereditários.
Embora pouco falado, o câncer de mama não é exclusivo de mulheres. Os homens representam 1% do total da incidência anual. O Atlas de Mortalidade por Câncer de 2018 mostra que das 17.763 pessoas que não venceram a doença, 189 eram homens.
Prevenção do câncer
Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, tais como: a prática de atividades físicas, alimentação saudável, controle do peso, o não-consumo de bebidas alcoólicas e o não-uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.