Setembro amarelo: psicóloga dá dicas sobre autocuidado durante a quarentena

Durante o período de distanciamento social, por conta da pandemia da Covid-19, a saúde mental tornou-se um tema ainda mais discutido, e muitos profissionais da saúde alertam que o isolamento pode acarretar uma epidemia de transtornos de depressão e ansiedade. Um estudo feito pelo Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) apontou que os casos de depressão praticamente dobraram desde o início da quarentena. Entre março e abril desse ano, dados coletados online indicam que o percentual de pessoas com depressão saltou de 4,2% para 8%.

A campanha do Setembro Amarelo, que tem como objetivo conscientizar a população em relação ao equilíbrio mental, que este ano apresenta um papel ainda mais relevante ao trazer informações sobre o aumento do número de transtornos. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país mais deprimido e ansioso da América Latina. O último relatório da organização, divulgado no fim de 2018, mostra que, nos últimos dez anos, o número de pessoas com depressão aumentou 18,4% em todo o mundo – o que corresponde a 322 milhões de indivíduos ou 4,4% da população global.

Melina Cury Haddad, coordenadora de psicologia da Care Plus, comenta que a partir do lançamento da campanha, em 2003, as informações sobre saúde mental começaram a mudar. “Fomos aprendendo e entendendo que esse assunto precisa ser falado e discutido da forma correta; a informação aliada à ciência e a educação à saúde podem ser bases fortes para se prevenir a depressão. Sim, todos nós podemos contribuir para ajudar as pessoas que estão em profundo sofrimento. Talvez uma conversa com alguém, uma oferta de ajuda, encontrar uma informação com um direcionamento para um serviço de saúde ou mesmo um serviço voluntário podem fazer com que ela encontre outro caminho. Vamos falar do tema, vamos perder o medo de conversar”, afirma.

Durante a pandemia, quem está próximo pode ajudar muito ao ouvir o que a pessoa tem a dizer. “Muitas vezes temos medo de perguntar, até porque não vamos saber lidar com aquilo ou achamos que não temos capacidade de ajudar, mas todos temos essa capacidade, não precisa se preocupar em falar a coisa certa, apenas em ouvir, dar atenção, perguntar como está, oferecer o telefone de um profissional, um copo d’água. O mais importante é abrir um espaço para esse momento, não fazer nenhum julgamento sobre o que ela está passando, não dar broncas achando que vai ser bom para ela, apenas escutar com empatia”, explica a psicóloga.

Melina destaca os principais hábitos para se manter o bem-estar mental durante este momento, confira:

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