Pesquisa mostra como estamos nos relacionando com os idosos hoje
O que é ser idoso hoje no Brasil? A Pesquisa Idosos no Brasil II tenta trazer algumas possíveis respostas em segunda edição, lançada dia 21 agosto de 2020 pelo Sesc São Paulo em parceria com a Fundação Perseu Abramo. A iniciativa, pioneira na área, apresenta uma série de dados sociodemográficos e investiga o imaginário social da população brasileira acerca da velhice.
A pesquisa consultou, entre 25 de janeiro e 2 de março de 2020, 4.144 pessoas, segmentadas em dois subgrupos: maiores de 60 anos e pessoas entre 16 e 59 anos. Quando questionados, apenas 40% dos entrevistados com mais de 60 anos afirmaram que “se sentem idosos”, enquanto 50% declara “não se sentir idoso”. 30% dos entrevistados afirmam que se chega a velhice “quando começa a depender dos outros física e emocionalmente” e 20% “quando começa a se sentir indisposto para as atividades”.
O fato é que a expectativa de vida no Brasil tem crescido exponencialmente ano a ano. Em 2006, quando a primeira edição da pesquisa foi lançada, a expectativa média era 72,26 anos. Hoje, segundo dados divulgados antes de a pandemia ser decretada, é de 75,46 anos, de acordo com o Banco Mundial.
Cerca de oito em cada dez brasileiros (84%), independentemente da idade, acha que existe preconceito em relação aos idosos. A percepção que os mais jovens têm da população idosa é majoritariamente negativa (75%). Entre as principais citações espontâneas, estão referências à “incapacidade”. Em contrapartida, 88% dos idosos se referem negativamente aos jovens. “Falta de responsabilidade” (56%), associação ao “uso de drogas” (25%), e “desrespeito aos idosos (19%)” são algumas das citações.
Neste sentido, a pesquisa aponta para o fenômeno da “intergeracionalidade”. Ou seja, essa relação entre gerações tão diferentes, mas que agora convivem não apenas no âmbito familiar, mas até mesmo dentro do ambiente de trabalho.
Além da autoimagem e preconceito, uso da internet, moradia, relações familiares e laços afetivos, sexualidade, percepção da morte e solidão ‒ com ênfase no período de isolamento social ‒, são algumas das temáticas abordadas na pesquisa.