Guia completo para cultivar plantas em casa

Na varanda, a arquiteta Júlia Guadix escolheu espécies que se adaptam bem em ambientes internos | Projeto: Liv’n Arquitetura |Foto: Guilherme Pucci

O contato com a natureza é revigorante, não é mesmo? Sentir o cheiro do mato, o vento das árvores e a beleza das flores tem o poder de transformar sua energia. Entretanto, se você mora nos centros urbanos esse contato é mais raro. Por isso, é muito importante reservar um cantinho da casa para receber vasos de plantas.

As vantagens são infinitas! Além de trazerem beleza e frescor para os cômodos, elas melhoram a qualidade e umidade do ar, proporcionando uma sensação de conforto e relaxamento. Os moradores ainda têm a oportunidade de se conectarem com os ciclos da natureza ao cuidarem das espécies e apreciar os pequenos detalhes desse processo.

Nessa sala de estar, uma espécie de cacto e uma Zamioculca alegram um dos cantinhos | Projeto: Liv’n Arquitetura | Foto: Guilherme Pucci

Diversas plantas podem ser criadas dentro de casa, porém é importante saber onde colocá-las e qual é o melhor ambiente para cada uma delas. Pensando nisso, a arquiteta Júlia Guadix, à frente do escritório Liv’n Arquitetura, apaixonada por incorporar o verde na decoração, reuniu algumas dicas essenciais sobre o assunto. “Aqui em casa eu comemoro e me emociono a cada novo broto, nova florzinha! É maravilhoso ser recompensada com uma planta feliz e bonita depois de cuidarmos dela”, conta.

Confira a seguir e se jogue nessa tendência:

1) Quais ambientes pode receber as plantinhas? 

A resposta está na ponta da língua: qualquer espaço do apartamento ou da casa pode ganhar presentes da natureza. É importante ter em mente o que cada espécie necessita para escolher o melhor lugar para ela. “Dependendo do estilo do ambiente, se é mais minimalista ou mais carregado, podemos pensar em plantas com folhagens mais discretas ou com mais ‘informações’ de flores e folhas”, afirma a arquiteta.

Na cozinha, varanda e área de serviço, por exemplo, hortinhas são super bem-vindas! Além de perfumarem o ambiente, fornecem temperos e ervas frescas que incorporam mais sabor nas receitas de pratos e drinks. Nesse caso, as plantinhas podem ser colocadas em xícaras, canecas, garrafas, latas de chá e outros utensílios que funcionam como vaso.

Nessa varanda, os moradores optaram por montar uma hortinha com temperos | Projeto: Liv’n Arquitetura | Foto: Guilherme Pucci

Nessa cozinha, as plantas trouxeram cor e leveza para a decoração industrial/Projeto: Liv’n Arquitetura/Foto: Guilherme Pucci

“Nos banheiros, por sua vez, arranjos em vidro ou cerâmica decoram e deixam o ambiente mais agradável”, exemplifica Júlia Guadix. Há ainda a possibilidade de brincar com as alturas e colocar plantas pendentes no box ou em prateleiras mais altas. Pendurar ramos secos de eucalipto perto do chuveiro proporciona banhos aromáticos e revigorantes, pois o vapor libera o cheiro dessas folhas ao encostar nelas.

Nesse banheiro em estilo industrial, a costela-de-adão suaviza a parede em concreto aparente | Projeto: Liv’n Arquitetura | Foto: Guilherme Pucci

2) Quais são as melhores espécies para se ter em casa e os cuidados? 

“O primeiro cuidado é atentar-se ao clima da cidade e insolação do ambiente em que vai ficar a planta, bem como a necessidade de água”, explica a profissional. Em espaços com entrada indireta do sol, o ideal é escolher espécies adaptadas à sombra e meia-sombra. Veja algumas delas:

 

Tipos de plantas

Cuidados

Ambientes

SamambaiaA meia-sombra é a iluminação ideal para cultivá-la. O vento é seu maior inimigo, pois queima as folhas mais jovensPlante-a em vasos suspensos ou em locais altos.
PeperômiaDeve ser cultivada à meia-sombra e aguenta até iluminação com luz florescenteIdeal para escritórios e lugares fechados
MarantasVivem bem à meia-sombra e gostam de solo úmido, mas sem encharcar. A rega deve ser feita de 2 a 3 vezes por semana.Por terem folhas estampadas, as marantas ficam lindas em vasos menores e mais baixos
ZamioculcaResistente, essa espécie mantem o brilho mesmo em ambientes com ar condicionado. Só é preciso tomar cuidado com o excesso de águaEla pode ser colocada em corredores e espaços com baixa luminosidade natural, dando volume em vasos grandes
Costela-de-adãoPlanta de fácil manutenção, ela deve ser cultivada em substrato rico em matéria orgânicaPara que ela se desenvolva de forma saudável, é preciso escolher um local bem iluminado, mas sem sol direto
SuculentasFácies de cuidar, costumam mostrar sinais do que precisam, basta ficar atento aos detalhes: folhas murchas, apodrecidas ou muito finas merecem atençãoPodem ornamentar vasos em diversos ambientes.
Bambu da sorteAlém de ser cultivado em terra, pode ser também colocado dentro da água, em aquários. Nesse caso, a planta precisa de mais manutençãoCheio de simbolismo e beleza, a tradição oriental ensina que o Bambu da Sorte deve ser dado de presente em ocasiões que marcam um novo começo. Além disso, ele é ideal para fazer arranjos com folhagens
RipsálisCriado à meia-sombra, em substrato bem arejado, armazena água e nutrientes em suas folhas. Ainda é resistente ao vento e baixas temperaturasElas ficam lindas em centros de mesa na sala de jantar ou no estar
CactoExcelente opção para quem não tem tempo ou jeito para cuidar de plantas. Elas gostam de muitas horas de sol e pouca água.

Ideal para áreas externas como varandas e parapeitos de janelas

3) E em casas com pets e crianças?

Animais e crianças tendem a mexer em tudo, por isso é necessário tomar cuidado com as espécies de plantas escolhidas. Por incrível que pareça, muitas flores que ornamentam nossas casas podem ser venenosas para esses pequenos. Comigo-ninguém-pode, Costela de Adão, Jiboia, Espada de São Jorge, Azaleia, Copo de leite, Primavera, Coroa-de-Cristo, Hortênsia e Lírio são alguns dos exemplos mais comuns. “Assim, com crianças e animais em casa é necessário deixar essas plantas fora do alcance ou até mesmo evitar de adquiri-las”, alerta Júlia.

Além disso, em ambientes muito pequenos é melhor evitar posicionar flores com cheiro forte, pois podem causar alergias.

4) Jardim vertical: 

Dentro da tendência de usar a natureza na decoração, o jardim vertical é uma opção cheia de vantagens. Adaptável tanto em cômodos grandes quanto nos pequenos, ele traz frescor, conforto térmico e beleza. Nos lugares menores, esse tipo de disposição não ocupa espaço no piso, porém é imprescindível levar em conta a profundidade dos vasos de plantas ou painéis, dependendo do modelo.

Para os jardins de plantas preservadas (folhas naturais que foram desidratas e tratadas, não precisando de rega) e artificiais, elas são instaladas em painéis de MDF que bastam serem parafusados ou colados na parede com fita dupla face. Aqui, a única manutenção necessária é tirar o pó acumulado.

Já os jardins naturais possuem menor custo, porém requerem mais trabalho. “Podemos executar desde soluções mais práticas, como impermeabilizar uma parede ou parafusar uma tela metálica e pendurar diversos vasos nela. Até soluções mais elaboradas, com irrigação automática e perfis próprios para jardim vertical”, conta a arquiteta.

5) Plantas naturais, preservadas ou artificiais? 

Para quem busca praticidade e não tem tempo para cuidar das flores, as plantas artificiais e preservadas são alternativas ideais. As primeiras são naturais, entretanto receberam tratamentos para ficarem secas, sendo aplicadas apenas nas áreas internas. O segundo tipo é feito de plástico e pode ser usado nos espaços externos. O modelo é mais permanente, não dependendo de rega e adaptação.

Nesse home office, as plantas renovaram as energias e fizeram um contraste formidável com as cores | Projeto: Liv’n Arquitetura | Foto: Guilherme Pucci

As folhas naturais, por sua vez, exigem manutenção frequente, porém proporcionam mais benefícios para a saúde. “Um jardim bem planejado e montado com plantas verdadeiras melhora nossa qualidade de vida, mudando completamente a energia”, finaliza Júlia Guadix.

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