Tudo o que você queria saber sobre: Cirurgia bariátrica

Pessoal, que a #AfinaMenina fez a gastroplastia há quase sete meses, isso vocês já sabem, mas o que vocês não sabem é que como muitas (MUITAS) pessoas, eu negava que necessitava do procedimento. Eu simplesmente não aceitava! Eu mentia que me aceitava, que era feliz assim. Eu achava que emagrecer seria na “raça”, mas não era bem assim. Nem sempre querer é poder. E no meu caso, como o de milhões de pessoas pelo mundo todo, também não é. O Brasil é o segundo país no mundo em cirurgias bariátricas. Tudo o que eu lia na internet me suscitava N dúvidas. Porque eram matérias jornalísticas que traziam, além da opinião do jornalista embutida tendenciosa e discretamente, pessoas que amavam e outras que se arrependeram profundamente de terem passado pelo procedimento. Cada um é cada um, e não dá pra gente se basear nas experiências dos outros, que nada mais são do que experiências, e só! Então, como meu post sobre a cirurgia rendeu zilhões de perguntas dos leitores, a gente reuniu as questões mais recorrentes e trouxe o Dr. Giorgio Baretta para falar sobre a cirurgia.
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Dr. Giorgio Baretta – Cirurgião bariátrico O Dr. Giorgio é: Graduado em Medicina pela UFPR em 2001, possui residência médica em Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo pela UFPR, 2002-2005. É especialista em Endoscopia Digestiva pelo Centro de Videoendoscopia Sugisawa, 2006-2007. É mestre em Cirurgia pela UFPR, 2009. Ex-fellow em cirurgia minimamente invasiva pela Universidade de Bordeaux – M.S.P.B. Bagatelle, 2009. Possui Doutorado em Cirurgia pela UFPR, 2013. É chefe do serviço de cirurgia bariátrica do Hospital São Lucas em Campo Largo/PR. Cirurgião digestivo do Hospital Sugisawa, INC e Santa Cruz. Cirurgião digestivo e endoscopista do Hospital Vita Batel. Professor de pós-graduação em Cirurgia do Instituto Jacques Perissat e Diretor técnico médico da Clínica Bariátrica Giorgio Baretta. Esperamos que o que você leia aqui ajude a esclarecer as suas dúvidas e tomar a decisão mais acertada, se realmente a cirurgia for o seu caso. Com a palavra, o doutor! 1. O que é a cirurgia bariátrica? É um procedimento cirúrgico realizado desde os anos 50 e que vem evoluindo desde então. Visa tratar a obesidade mórbida e melhorar ou até mesmo curar as doenças associadas a este grande mal, que é a obesidade. Quando todos os tratamentos clínicos falham, aí a cirurgia tem seu lugar. 2. Quais as técnicas existentes? Existem três tipos de técnicas: 1. Restritivas: Somente reduzem a ingesta alimentar do paciente por reduzir o tamanho do estômago. São exemplos o Sleeve gástrico (mais comum desta categoria), banda gástrica ajustável e o balão intragástrico.
Cirurgia de Sleeve
Cirurgia de Sleeve 2. Mistas: São as que reduzem o estômago e também desviam uma pequena porção do intestino delgado. É o exemplo a cirurgia de Fobi-Capella, também chamada de Bypass gástrico.
Bypass gástrico
Bypass gástrico 3. Disabsortivas: Reduzem menos o estômago, porém desviam muito o intestino delgado. São exemplos o Duodenal switch e a Cirurgia de Scopinaro. 3. Como é escolhida a técnica para cada paciente? A técnica deve ser escolhida de acordo com o paciente, com seu perfil alimentar, sexo, idade, IMC (índice de massa corporal) e com a experiência do cirurgião e da equipe, é claro. 4. Qual a técnica mais utilizada? Nos Estados Unidos, mais de 50% dos casos operados fazem parte do Sleeve gástrico, também chamado de gastrectomia em manga. No Brasil, segundo país do mundo em numero de cirurgias bariátricas, a técnica mais realizada é o Bypass gástrico, também conhecido como cirurgia de Capella. 5. Para quem a cirurgia é indicada? A indicação da cirurgia bariátrica segue algumas regras, como a do IMC do paciente. Indica-se nos seguintes casos: 1. IMC entre 35 e 39,9, desde que o paciente tenha alguma das 21 doenças relacionadas na portaria 2131/2015 do CFM, sendo as mais comuns a hipertensão arterial, diabetes melito, apneia do sono, colesterol e/ou triglicerídeos elevados e problemas articulares chamados de artropatias. 2. IMC acima de 40, independente ou não da presença das doenças acima citadas.

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6. Qual o custo de uma cirurgia bariátrica em média? Tudo depende se a cirurgia será feita da forma convencional (com o corte no abdômen), ou mais frequentemente pelos furinhos (laparoscopia). Depende também em qual hospital o paciente será operado. Os custos giram entre R$ 15 mil e R$ 25 mil, com tudo incluso. 7. Por que algumas pessoas não conseguem emagrecer? A cirurgia é uma arma poderosa, que deve ser usada com cautela e a favor do paciente. O percentual de perda de peso depende de qual técnica cirúrgica foi utilizada, da alimentação adequada do paciente, se este está ou não fazendo atividade física de forma regular, consumo de bebidas alcoólicas e alimentos ricos em carboidratos como doces e refrigerantes e, é claro, do metabolismo de cada um. Não perder o acompanhamento com a equipe após a cirurgia também faz os resultados ficarem melhores. Pacientes operados por um bom cirurgião e que mudam seus hábitos para melhor, com certeza terão boa perda de peso. 8. Quem não pode fazer a cirurgia? Pacientes psiquiátricos, alcoólatras, dependentes químicos e outros que apresentem alguma contraindicação por algum profissional da equipe multidisciplinar. 9. Depois de indicada a cirurgia, qual é o passo a passo que o candidato à operação deve seguir? O paciente deve fazer uma série de exames antes da cirurgia, bem como acompanhamento com a equipe multidisciplinar: nutricionista com reeducação alimentar, psicólogo ou psiquiatra, cardiologista, pneumologista, fisioterapeuta, endocrinologista e, eventualmente, angiologista e ortopedista. Tudo isto para dar tranquilidade e segurança na cirurgia e no pós-operatório precoce, evitando complicações como fístulas e embolia pulmonar. 10. Qual a expectativa da perda de peso em relação ao peso inicial? No Sleeve, entre 25 e 30% do peso inicial do paciente. No Bypass gástrico, cerca de 35 a 40% do peso inicial. Estas são as duas técnicas mais utilizadas hoje em dia. 11. Existe algum risco no procedimento? Se sim, quais os mais comuns e os menos comuns? Riscos existem em todas as cirurgias, a grande maioria previsível com a boa escolha do cirurgião e da equipe multidisciplinar. As principais complicações são a fístula, que é quando um grampo arrebenta; trombose venosa e embolia pulmonar, que é a mais grave de todas; infecções, hérnias, estenose (fechamento da saída do estômago), pedra na vesícula e nos rins e, eventualmente, o óbito. A incidência é de menos de 1% dos casos. A dica é fazer um pré-operatório adequado, com bons profissionais, parar de fumar, seguir todas as orientações da equipe e investir na saúde. 12. Como é o processo de recuperação? Em cirurgias por laparoscopia, em 15 dias o paciente já está apto a trabalhar, dirigir, ter relações sexuais e pegar pesos leves. Atividades físicas, como academia, são liberadas após 30 dias de cirurgia. 13. Por quanto tempo após a cirurgia o paciente deve fazer o acompanhamento? Para sempre! Com o cirurgião nos primeiros meses, e com a equipe pela vida toda, para cuidados com as vitaminas, dieta, parte psicológica e, claro, para evitar o reganho de peso. 14. É necessário fazer suplementação de vitaminas? Por quanto tempo? Sim, para sempre. Técnicas que desviam o intestino necessitam de mais duradoura reposição, quando comparadas àquelas que só reduzem o estômago. Mulheres também apresentam mais necessidades de reposição quando comparadas aos homens.
suplementos
15. Quanto tempo depois da cirurgia a mulher pode engravidar? Após 18 a 24 meses, desde que não tenha anemia e falta de nutrientes e esteja com peso adequado.

16. Além do emagrecimento, quais outros benefícios e/ou melhora/cura as pessoas podem experimentar? Melhora da autoestima e da qualidade de vida em mais de 95% dos pacientes operados, melhora e até mesmo cura da pressão alta, do diabetes, do colesterol e triglicerídeos elevados, da apneia do sono, das dores articulares, redução do risco de câncer em vários órgãos e aumento da expectativa de vida do paciente. 17. Por que algumas pessoas voltam a engordar? Pela falta de cuidados alimentares, pelo abuso do álcool, pelo sedentarismo, pela ingestão abusiva de carboidratos e pela perda de acompanhamento com a equipe multidisciplinar. 18. E para quem volta a engordar, qual o procedimento? Existe como “reoperar”? As reoperações podem ser feitas, porém o risco é alto e devem ser feitas nos casos de alguma anomalia anatômica. Hoje em dia, os procedimentos feitos por endoscopia estão sendo realizados com poucos riscos, sem a necessidade de internação do paciente e com bons resultados, sendo o Brasil um dos países com maior experiência neste assunto. 19. Quais as chances de reganho de peso? Em quanto tempo isso é observado? Cerca de 10 a 20% dos pacientes reganham peso após 18 a 24 meses de cirurgia. O normal e esperado é ganhar novamente menos de 20% dos quilos perdidos, não mais do que isso. 20. Alguns pacientes operados relatam queda de cabelo intensa e unhas quebradiças, entre outros sintomas. Porque eles ocorrem? Pela rápida perda de peso e pela deficiência de algumas vitaminas e minerais que devem sempre ser repostos ao paciente. 21. Como escolher um cirurgião? Em primeiro lugar, a empatia é importante, bem como a indicação deste cirurgião por alguns pacientes. Na consulta, o cirurgião deve explicar tudo ao paciente, ter uma boa equipe multidisciplinar e indicar o procedimento cirúrgico de acordo com cada paciente e não como uma receita de bolo. Deve sempre checar o currículo deste cirurgião, ver se ele é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica (pode ver no site www.sbcbm.org.br) e também ver se ele tem bom volume de cirurgias e com pouquíssimas complicações. Dica do Doutor: Um bom cirurgião conhece todas as técnicas e sabe operar todas elas, além de indicá-las de acordo com cada paciente e não sempre a mesma, tem empatia, é disponível por email, telefone e mensagens, explica tudo direito e está sempre ao lado do paciente, além de saber diagnosticar e tratar qualquer complicação, caso ocorram. E então? Suas dúvidas foram esclarecidas? Esperamos que sim! Caso você queira esclarecer outras questões, contate o Dr. Giorgio pelo site da Clínica dele ou pela sua página no Facebook.

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