Cirurgia bariátrica: cuidados pré e pós-operatório

Obesidade já é considerada epidemia no Brasil: são mais de 18 milhões de obesos no país

A obesidade já pode ser considerada uma epidemia no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), existem mais de 18 milhões de pessoas obesas no país. Se consideradas todas que estão acima do peso, o número passa de 70 milhões. A cada ano, são 2 milhões de novos casos.

De acordo com o médico e gastrocirurgião do Eco Medical Center, Dr. Alcides Branco, o excesso de peso é um dos fatores mais relevantes para outras comorbidades, como o diabetes, a hipertensão, problemas respiratórios, ortopédicos, além de psicossociais.

Diante desse cenário é crescente o número de brasileiros que buscam a cirurgia bariátrica, uma importante opção contra a obesidade e doenças associadas. Segundo o último levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) em 2020, aproximadamente 70 mil pessoas realizaram o procedimento cirúrgico no Brasil.

Cuidados pré-operatórios

Para estar apto a realizar a cirurgia bariátrica, o paciente deve passar por uma equipe multidisciplinar que envolve gastrocirurgião, nutricionista, fisioterapeuta, educador físico e psicólogo e deve realizar uma bateria de exames para analisar sua condição de saúde.

A psicóloga Ana Caroline Oliveira, costuma fazer a avaliação emocional e psicológica do paciente para saber como ele vai lidar com os impactos que a cirurgia vai gerar. “Trabalhamos com alguns testes para analisar o nível de ansiedade, estresse e as expectativas”, descreve sobre o pré-operatório.

A nutricionista do Eco Medical Center, Marília Zaparolli, explica que o acompanhamento do paciente que pretende fazer a bariátrica também é essencial. “Até porque a liberação obrigatória da cirurgia bariátrica depende da avaliação do nutricionista.  Além disso, o nutricionista é quem vai auxiliar em todo um preparo de modificações alimentares que devem iniciar no pré-operatório”, diz Marília. Ela lembra que é muito mais que uma cirurgia, é uma mudança no estilo de vida e o desenvolvimento de uma nova relação com a comida.

Outro cuidado essencial antes da cirurgia bariátrica é a preparação física global individualizada com o acompanhamento de profissional da educação física e da fisioterapia. A coordenadora técnica da AGMA Physio and Trainning,  a fisioterapeuta Rubia Benatti, conta que o trabalho físico pré-operatório auxilia o paciente na imersão do programa de uma cirurgia bariátrica.

Tipos de cirurgia bariátrica

O especialista em Cirurgia Geral, Dr. Alcides Branco, explica que são dois os tipos mais comuns de cirurgia bariátrica:

Gastrectomia vertical ou Sleeve gástrico – é um procedimento restritivo e hormonal. Durante o procedimento aproximadamente 80% do estômago é removido, criando uma “manga” ou estômago tubular. A parte que é removida é onde ocorre a produção da grelina, hormônio que estimula o apetite, com isso o paciente come menos e sente-se saciado. A cirurgia é feita por videolaparoscopia. Nesta técnica não há cortes no intestino.

By-pass Gástrico – é uma cirurgia com técnica mista, atuando na restrição e na má absorção dos alimentos, tendo um efeito duplo na redução do peso. Neste procedimento, o estômago é grampeado, criando-se uma bolsa de aproximadamente 50ml. O restante do estômago é excluído, não havendo passagem de alimentos, porém mantendo sua produção de enzimas e suco gástrico para auxiliar na digestão.

O intestino delgado é seccionado e ligado ao “novo estômago”, para desviar o trânsito alimentar, diminuindo seu trajeto e com isso, reduzindo a absorção dos alimentos, causando a perda de peso. Por fim, é realizada outra ligação do intestino delgado com a outra parte seccionada previamente.

Cuidados pós-operatórios

A dieta no pós-operatório pode ter algumas diferenças de acordo com a técnica cirúrgica escolhida. De acordo com a nutricionista Marília Zaparolli, basicamente a evolução do paciente envolve a dieta líquida restrita, depois líquida completa, dieta pastosa e, então, a dieta branda. “Normalmente, o paciente leva cerca de 45 dias para chegar na dieta livre. O que não significa que ele está liberado para comer qualquer tipo de comida, por isso a importância do acompanhamento nutricional contínuo”, explica.

Outro acompanhamento que o paciente que passa pela bariátrica deve dar continuidade é com o fisioterapeuta e educador físico. Rubia Benatti lembra que a fisioterapia pode reduzir possíveis complicações cardíacas e respiratórias e vai ajudar na manutenção das atividades diárias para o funcionamento global corporal. “Muitas vezes estes pacientes perdem força muscular junto com a perda de peso, então auxiliamos com adaptações corporais referentes a postura e centro de gravidade”, comenta a fisioterapeuta. Ela destaca que na AGMA o atendimento é personalizado com fisioterapeutas e educadores físicos que atuam para a total reabilitação e bem-estar dos pacientes.

A psicóloga Ana Caroline Oliveira frisa que a psicoterapia é mais um acompanhamento importante no pós-cirúrgico já que auxilia a tratar as mudanças na autoimagem. “É um suporte para o paciente e muitas vezes para os familiares também para que eles tenham boa qualidade de vida”.

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