Solidão no Dia dos Namorados: o desafio das conexões reais em tempos digitais
Em meio à hiperconexão, cresce a solidão crônica e a busca por novas formas de relacionamento
Em um cenário onde a tecnologia aproxima pessoas, paradoxalmente, a solidão crônica tem se tornado uma epidemia que afeta milhões de brasileiros, especialmente no Dia dos Namorados. Segundo dados da assessoria de imprensa, apesar de estarmos mais conectados do que nunca, muitos enfrentam dificuldades para estabelecer vínculos profundos e duradouros.
O psicanalista e sexólogo Betto Alves destaca que o fenômeno da “preguiça” em engatar relacionamentos não é mera indolência, mas um mecanismo de defesa contra a ansiedade provocada pelo verdadeiro encontro com o outro. “Não é raro encontrar pessoas que têm centenas de matches em aplicativos, mas não conseguem estabelecer uma conexão real com ninguém”, explica Alves. A cultura do “match” oferece gratificação imediata, tornando as pessoas menos tolerantes aos desafios naturais das relações. “As pessoas estão tratando relacionamentos como se fossem produtos de consumo. Se não funciona perfeitamente desde o início, descarta-se e parte-se para o próximo”, observa.
Essa dinâmica cria um ciclo vicioso, onde habilidades essenciais para construir e manter conexões profundas ficam comprometidas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já classificou a solidão como uma “epidemia global”, associando-a a doenças cardiovasculares, metabólicas e até à mortalidade precoce. “O ser humano não foi projetado para ficar sozinho. E quando isso acontece, datas comemorativas despertam gatilhos que trazem muito sofrimento”, ressalta o especialista.
Betto Alves defende a necessidade de repensar a forma como nos relacionamos, propondo novas estruturas que contrariem a cultura do isolamento crescente. Ele também destaca o papel ambíguo da tecnologia: “O problema não é a tecnologia em si, mas como a utilizamos. Podemos usá-la para criar comunidades significativas e fortalecer laços existentes, em vez de substituí-los.” Assim, a tecnologia pode ser tanto remédio quanto veneno para as conexões humanas.
Além disso, Alves questiona a concepção tradicional do Dia dos Namorados, que celebra apenas um tipo de amor. “Precisamos expandir nossa compreensão de conexão e intimidade para além dos casais românticos tradicionais.” Essa reflexão implica um trabalho de luto em relação aos ideais românticos inatingíveis, abrindo espaço para modelos mais realistas e satisfatórios.
Para quem enfrenta a solidão neste 12 de junho, o psicanalista sugere uma mudança de perspectiva: “Use este momento não para lamentar a ausência de um parceiro romântico, mas para refletir sobre como você se conecta com as pessoas ao seu redor. Às vezes, a solução para a solidão não está em encontrar ‘a pessoa certa’, mas em cultivar múltiplas conexões significativas.”
Por fim, Alves reforça a importância do autoconhecimento e da reflexão profunda para criar novas formas de estar junto. “Enquanto não falarmos profundamente sobre o que nos trouxe até aqui, dificilmente vamos aprender a criar novas formas de estar junto que nos ajudem a sair do lugar onde chegamos. Talvez o verdadeiro presente deste Dia dos Namorados seja começarmos essa conversa.”
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa, trazendo uma visão atual e necessária sobre os desafios das relações afetivas na era digital.
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Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA