Kelvin Albuquerque ensina como explorar esse estilo marcado por peças coloridas e estampas psicodélicas

Se você ama um estilo básico mas, às vezes, sente falta de uma certa ousadia em suas produções, a última tendência que tem dominado as passarelas, lookbooks e, consequentemente, o feed do Instagram e TikTok de milhares de e-girls ao redor do mundo, certamente vai trazer a solução perfeita: é o Avant Basic, marcado por peças coloridas e estampas psicodélicas.

“É uma proposta um tanto quanto paradoxal, já que ‘avant’ vem do ‘avant-garde’, que significa a vanguarda, o inédito, o experimental, enquanto ‘basic’ é praticamente o oposto: faz referência ao que já vimos e vemos todos os dias no que diz respeito à moda. Juntar essas duas palavras em um termo descreve um estilo divertido e que reflete os nossos tempos atuais”, aponta o sylist Kelvin Albuquerque.

Ao mesmo tempo que é uma aesthetic que conta com peças de cortes e formas suaves, não é tão minimalista assim. O estilo ganha vida com elementos lúdicos, divertidos e muita, muita cor – seja peças, sapatos ou acessórios.

“No Avant Basic, as cores é que ditam as regras. Ora intensas, ora pastel, elas são elemento essencial para a mescla perfeita entre Avant e Basic. Especialmente em peças simples, os tons são protagonistas e responsáveis pela popularidade da tendência em meio aos amantes da moda mais criativos”, explica.

Os prints também se destacam nessa tendência. Além do clássico xadrez, a estampa de vaquinha, margarida, yin-yang, do nascer do sol e outros padrões óticos e desenhos descolados.

“Calças flare, coletes de tricô, bucket hats são itens que fazem a cabeça da geração Z (nascidos entre 1997 e 2010), mesclando elementos em uma explosão suave de cores. É comum combinar uma blusa de crochê verde-limão com um terno roxo. Além disso, ganhou espaço nas criações de Kenzo, Balenciaga, Off-White, JW Anderson e muitas outras grifes”, conta Kelvin.

Pode parecer muita informação concentrada em um mesmo look, mas essa é a intenção do Avant Basic.

“O maximalismo tem ganhado essa força por conta do ‘caos’ que a pandemia evocou no nosso estilo de vida desde 2020”, reflete o stylist. É um look que também faz bastante sentido para o contexto atual. “Está totalmente de acordo com o senso de otimismo que começa a surgir com o calendário de vacinação contra a Covid-19 avançando nas cidades brasileiras. É um visual alegre e que representa esse êxtase de felicidade com um toque vintage.”

Embora possa parecer que a estética é inédita, esse visual está longe de ser desconhecido no mundo fashion. Pelo contrário, é um estilo celebrado desde os anos 60 e 70, que ganhou novas roupagens ao longo das décadas.

“Quando falamos de moda, tudo que era antigo sempre tem uma maneira de se tornar repaginado de novo. É possível perceber que as peças frequentemente associadas a essa tendência são influências da moda psicodélica dos anos 60 e as cores e padrões dos anos 70, que se inspiraram na arte abstrata e expressionista para criar um visual descontraído. Graças ao fenômeno cultural do Festival de Woodstock, em 1969, a mistura desses padrões aparentemente e incompatíveis foi amplamente popularizada pela contracultura da época”, acrescenta.

Kelvin Albuquerque, de 28 anos, nasceu em Itabaianinha, interior de Sergipe. Primeiro se consagrou como modelo, mas para se especializar no mundo fashion, se mudou para São Paulo e cursou Design de Moda na Faculdade Santa Marcelina, uma das mais tradicionais do país. Atualmente, vive em Dubai e planeja criar sua própria marca.

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