Muito prazer, sou a A.low Carborista!

Sempre tive um problema com relação ao meu peso. Sabe aquela menina que sempre era deixada de lado, que era conhecida como a nerd da sala, a CDF? Aquela menina que mantinha sua paixão em segredo porque imaginava que o rapaz mais bonito da escola jamais iria, um dia, olhar para ela…

Passei toda minha adolescência tentando fazer dietas milagrosas, simpatias… tudo o que falavam, eu fazia. Emagrecia e logo depois engordava, tudo de novo. Sempre tinha na minha cabeça que nunca seria opção de alguém e então sofria escondida escutando músicas da Celine Dion. Minhas amigas sempre lindas e engraçadas. Eu sempre tímida, me escondendo atrás de livros e tirando notas 10 para ser destaque em alguma coisa.

Nunca soube o que é ir para praia e conseguir ficar de biquíni ou maiô. Havia toda uma rotina antes de ir para a areia: primeiramente observava tudo e todos, só então decidia que ficaria de camiseta mesmo.

O que eu escutava? “Mas olhe para o lado, ninguém é perfeito” … mas, não adiantava. Eu não me sentia bem, não queria estar naquele corpo, eu queria ser muito, mas muito diferente. Então consegui criar uma aversão a praia e tudo que envolvia estar com roupas de banho.

Quando comecei a minha vida adulta, passei um bom tempo tomando remédios para emagrecer. Conseguia estar uma pouco mais contente, mas aí eu tinha outro problema: Tinha crises de ansiedade. Em alguns momentos, estava tudo muito bem, em outros, estava muito mal. Crises de choro, vinham sem explicação. Então comecei a fumar, para tentar controlar aquilo que eu nem sabia o que era.

Quando terminei a primeira faculdade, com 22 anos, me sentia bem, mas precisava de algo a mais que não sabia o que era. Eu estava bem com meu corpo, não totalmente pq a gente sempre acha precisa ser melhor. Foi então que fui morar em outra cidade, sozinha, longe de tudo e de todos. Foram 05 anos de grandes aprendizados, muitos altos e baixos, conheci pessoas incríveis que sou apaixonada e que fazem toda a diferença na minha vida. Mas como tudo tem um ciclo, esse se encerrou e eu voltei para Curitiba, morar com os pais – depois de anos, não é a mesma coisa – o que não é fácil.

Quando voltei, descobri que tinha desenvolvido hipotireoidismo, então comecei a tomar remédios todos os dias. Também comecei a fazer terapia, consultas com psiquiatras (foram muitas) até ser diagnosticada com bipolaridade. Erros e acertos de medicação, tudo isso foi muito complicado e moroso.

Passei por tempo difíceis, com a descoberta da doença da minha mãe. Chorava sozinha no meu quarto, dormia com medo de olhar na cama dela e ela estar lá parada, sem respirar. Essa foi uma fase aterrorizante. Ela lutou contra um câncer durante muitos e muitos anos, até não aguentar e nos deixar em 2016.

Ela sempre falava que se orgulhava, de eu estar então me formando na segunda faculdade. Quando voltei para Curitiba, fiz diversos cursos até resolver mudar drasticamente e fazer arquitetura, seguindo a linhagem da família do meu pai – que é toda envolvida de alguma forma – no ramo da construção civil.

Sempre me falavam que o curso era super exigente. Mas, como uma taurina nata que sou, achei que tiraria de letra com minha persistência e teimosia. Os primeiros anos foram sensacionais! tudo novo e cativante. Mas, as coisas foram complicando e exigindo cada vez mais tempo. Nesta época eu me dividia entre meu trabalho, a faculdade e cuidar da minha mãe. Até que chegou uma hora que não estava mais dando conta e as noites viradas começaram a ser frequentes. Com isso a minha alimentação ficou péssima e cheguei no meu maior peso de forma muito rápida. Foi na faculdade que conheci o Andrey, meu namorido. Ele sempre me deu muito apoio e ajudou muito durante os dias difíceis na faculdade e com minha mãe, serei eternamente grata.

Nesta época também, conversei com meu psiquiatra e com minha psicóloga que não queria mais tomar remédio, que iria tentar manter minha sanidade com minha força de vontade. E assim, tentei mais uma vez fazer a transformação da minha vida. Neste ano, fiz duas viagens incríveis e descobri que o “novo” me atrai.

Tentei várias e várias opções (grupos de ajuda, shakes, nutricionistas, tratamentos estéticos) para conseguir emagrecer nesta época, mas nada adiantava. Porque, na verdade, era meu estilo de vida que estava errado. Eu não estava em harmonia comigo. Era só cobrança e cobrança, e fui ficando cada vez pior.

Sempre me sabotei, dando aquelas desculpas: “eu não tenho tempo”; “meu metabolismo é lento”, “meu peso é de família”; e assim por diante. Quando chegou em dezembro de 2018, na festa de final de ano, minha cunhada, meu irmão e meu namorado fizemos um trato de mudar. O trato era que, em 2019, procuraríamos ser melhores, seja buscando estudar, fazer atividade física, etc. Comprei a briga! No dia 01/01/2019 foi dado o start: me matriculei numa pós-graduação e comecei a pedalar todos os dias.

Conversei com minha prima, que é nutricionista, e ela me passou muita informação, muito conhecimento, me mostrou o caminho e eu corri atrás. Fiz cursos de alimentação lowcarb; li muitos artigos na internet; comecei a seguir alguns médicos, que defendem este estilo de vida. Como já era apaixonada por cozinha, foi super fácil para mim, se tornou um hobby!

Comecei, ainda nesta mesma época, a fazer pole dance. Sim! Quem diria a menina que tinha vergonha de colocar um biquíni, estaria um dia postando fotos e vídeos com pouca roupa?! Sim, o pole dance é uma atividade física e tanto, sua autoestima aumenta muito e as mulheres que fazem te apoiam, de uma forma que não tem explicação. Você ganha confiança para encarar todos os desafios que aparecem.

Neste processo, emagreci 22 quilos em 05 meses! Eu estava me sentindo super bem. Comecei a postar minhas comidinhas e receitinhas na internet, e minhas amigas começaram a pedir muito. Algumas me incentivaram a criar uma página apenas com as receitas lowcarb. Foi então que surgiu o perfil da Alowcarborista. Minha intenção era divulgar as receitas que davam certo, as que eu provava e aprovava.

Mas, de alguma forma, isso cresceu! Passei a perceber, nos depoimentos que recebo e nas mensagens de agradecimento, que minha história pode, sim, inspirar outras pessoas a conseguir superar estes obstáculos. Tive muito apoio da galera que conheci no ano passado, quando iniciei mais uma atividade: o crossfit. Esse pessoal me incentivou muito a contar a minha história e aqui estou eu, fazendo isso!

Como eu consigo me desdobrar em tantas? Não me falta energia? Acho que isso… pode ser assunto para outro dia.

Espero que gostem do conteúdo que virá. Toda semana, teremos novas dicas, receitas e um pouco mais dessa história, que deve ser muito parecida com a várias outras LOWCAS!

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